Eu me chamo Jesus

Era noite. Denise queria uma comida gostosa. Era o seu merecimento, numa plena sexta-feira: pedir a comidinha, assistir ao filminho, se abraçar no cobertor e esquecer o mundo por algumas horas.
Não precisava se preocupar com nada. Afinal, era dona de si, das suas coisas e dos seus negócios. Aquele momento deveria ser contemplado, vivido, encantado.
Mas a vida, essa especialista em reviravoltas, tem uma caixa de surpresas que a gente não entende. E talvez seja até bom assim, porque, se entendêssemos, desistiríamos antes mesmo de pedir a comida no aplicativo e ver tudo dar errado.
Denise escolheu um prato diferente naquele dia, mas não notou que o restaurante fechava em três minutos. Fez o pagamento e, sem entender o que acontecia, percebeu que o dinheiro havia saído, mas o pedido não seria entregue. O restaurante já tinha fechado.
Veio o desespero. A tristeza. O date consigo mesma estava prestes a ser substituído por raiva do aplicativo, do restaurante e, principalmente, da sexta-feira. Tentou ligar para o local, sem sucesso. Acabou buscando o número da ouvidoria do app.
Depois de digitar uma sequência interminável de números e esperar uma eternidade na linha, finalmente ouviu uma voz do outro lado. O volume estava tão baixo que Denise não se conteve na delicadeza:
— Meu filho, fale direito!
O atendente pareceu engolir o microfone.
— Desculpe, senhora. Eu me chamo Jesus, em que posso ajudar?
Denise se emocionou na hora. Parecia uma resposta divina. Como se, mesmo no meio do caos e da fome, Deus a escutasse.
— Jesus, me ajuda! – disse, entre o riso e o choro.
Jesus ria do outro lado também. E os dois riram juntos, sem parar.
Ninguém sabia o que ela estava sentindo. Ninguém entende de fora o tamanho dos nossos cansaços. Mas, naquele momento, Denise teve a sensação de que Jesus estava ali, realmente ouvindo. E isso, para ela, foi o milagre da noite.
Talvez parecesse algo simples, uma coincidência qualquer. Mas Denise não vinha de uma semana fácil. Ela havia esquecido de si, das pausas, do descanso. Ouvir que Jesus estava ali foi o alívio que precisava pra lembrar que, mesmo nas sextas imperfeitas, ainda há um pouco de luz.
E às vezes, é só isso que basta.

Pensar com Arte é Pensar Diferente.

Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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Material cedido por: diariodoentorno.com.br

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