Tribunal nega pedido da família para tirar “Vasco” do nome de 2 crianças
A 7ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve sentença que julgou infundado pedido para que nome do time de futebol fosse retirado do registro de nascimento de duas crianças.
O colegiado esclareceu que a alteração de registro de nascimento do prenome de menores de 18 anos só é possível quando demonstrada exposição ao ridículo ou à situação vexatória, o que não ocorreu no caso.
Consta no processo que o pai das crianças registrou em seus nomes a expressão “Vasco”, em homenagem ao time do coração. A representante delas alega que a expressão é vexatória e que as crianças podem ser vítimas de constrangimento social tanto na idade escolar quanto na vida adulta.
Em ação de retificação de registro civil, pedem que o termo seja excluído da Certidão de Nascimento. Em primeira instância, o pedido foi julgado improcedente, o que fez com que a família recorresse, sob a alegação de que poderiam estar sujeitas a dissabores, humilhações e bullying — o Vasco está na série B do Campeonato Brasileiro.
Ao analisar o recurso, a Turma explicou que o nome “constitui um direito da personalidade dotado de imutabilidade” e que a Lei de Registros Públicos só permite a alteração em caso de justo motivo devidamente comprovado.
No caso, segundo o colegiado, “não restou demonstrada, seja documentalmente, seja por meio de testemunhas, qualquer situação vexatória ou constrangedora vivenciada pelas menores em razão do nome intermediário”.
“Tal nome, embora alegue-se que decorre de homenagem a time de futebol, não se reveste de expressão esdrúxula ou extravagante a ponto de que possa expor ao ridículo as menores, não se verificando comprovação de justo motivo apto a permitir a alteração neste momento”, avaliou o colegiado.
A Turma explicou ainda que, quando completarem 18 anos, as autoras poderão solicitar a alteração dos nomes. “Em ocasião futura, acaso as requerentes sintam efetivo constrangimento com o nome, sendo expostas, de fato, a situações vexatórias em razão disto, nada impede que, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, elas busquem administrativamente, mediante apresentação do pedido em cartório, a retificação do nome intermediário, ou, ainda, posteriormente, via judicial, ‘por exceção e motivadamente’”.
Dessa forma, a Turma manteve, por unanimidade, a sentença que julgou improcedente o pedido para que o nome do time de futebol fosse retirado do registro das autoras. O processo encontra-se em segredo de Justiça.
*Fonte: Metrópoles com informações do TJDFT