Dia de Mar

Diria que não é o melhor dia para estar numa praia.
Muitos menos para estar no mar.
A água gelada trava meu corpo,
e a parte exposta sente o vento frio
que vem da terra para as águas carregando muita areia
impossibilitando que eu fique de olhos abertos.
Diria com certeza não ser um bom dia,
pois só escuto o som das ondas e do vento forte,
nem outras pessoas, nem pássaros.
O cabelo duro, molhado faz parecer
que a temperatura está realmente baixa.
A areia grossa e áspera na sola dos meus pés,
misturada com folhas e gravetos e galhos no fundo deste mar,
onde estou até o pescoço,
faz-me pensar que a ventania os carregou até aqui
misturada com o dançar das ondas, agora já mais calmas.
O gosto é de um sal pesado que já me resseca
desde os lábios até a garganta.
Sal pesado perceptível no cheiro da maresia.
Luto agora para sair do mar,
batalhando contra o corpo travado,
a água gelada e a correnteza das ondas.
Mas não sei se quero, pois aqui sozinho eu tenho paz.

Fábio Riani Costa Perinotto, ou o Binho.
Poeta desde criança: tinha 10 anos na primeira poesia que se tem registro. Poemas em saraus, em alguns livros, e na internet. É Meditador. Pedagogo. Há mais de 20 anos sua carreira é de articulador, produtor e gestor cultural – trabalha com gestão de políticas públicas desde o início dos Pontos de Cultura e Sistema Nacional de Cultura. É um Tuxaua Cultura Viva. Um Ser sendo e que faz Poesia no dia-a-dia quase sem querer, mas quer.
binho.rc.perinotto@gmail.com
https://www.instagram.com/binho.riani.perinotto/

source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com