Congelo. Olho essa frase e largo tudo para poder escrever esse título que é quase opressor (risos).
Como uma pergunta pode ter me deixado tão mal? Como uma frase está agora correndo pela minha cabeça como se me deixasse no deserto e eu não soubesse para que lado ir?
É desumano, talvez. Talvez você já tenha a resposta do que faria, mas eu não.
Não sei dizer o que faria se não tivesse mais medo. Ou melhor: será que existe a possibilidade de não ter medo algum? Ou o medo é parte daquilo que nos constitui como seres humanos, e não há possibilidade de simplesmente extingui-lo?
Depois dessa primeira confusão, respirar e escrever me trouxe um alívio. O sentimento de desespero tinha aflorado de tal forma que não me vinha nada à cabeça, a não ser a ideia de correr.
Talvez correr seja o nosso maior ato de fuga, seja ele mental ou físico. E correr, nesse caso, diz muita coisa.
Sair correndo: das coisas que me cansam, que tiram minha paciência, que corroem a alma. Fugir de fazer algo que não quero fazer e ouvir a frase “Mas precisa fazer até mesmo o que a gente não quer”. Será mesmo? Ou será que a vida adulta é uma eterna negociação entre obrigações e pequenos respiros de liberdade?
Sair correndo: de uma rotina que promete frutos mais tarde, mas que no agora cobra gasolina, energia e noites mal dormidas. Provar às pessoas que existe profissionalismo em mim, mesmo quando ele pesa tanto que me deixa sem forças.
Sair correndo: para tentar resgatar o tempo que gostaria de dedicar à minha casa, à poeira acumulada que observo todo dia. Prometo a mim mesma que “quando tiver um tempo mais tranquilo, eu limpo”, mas esse tempo parece nunca chegar.
Sair correndo: para tomar café com a minha intuição e escutar dela aquilo que ignorei. Quantas vezes precisei sofrer porque não dei ouvidos ao “não” que ela já sussurrava no meu ouvido?
E, mesmo assim, volto ao título e ele me causa frustração. Parece aquelas oficinas motivacionais em que o coach insiste em revisitar cada escolha, cada meta, cada projeção de futuro. Mas, sabe o que eu mais quero, agora, calma e serena?
Se eu não tivesse mais medo, eu escutaria mais a minha intuição.
Se eu não tivesse mais medo, eu olharia para todos os clientes e colocaria limites que protegessem minha saúde mental. E, por isso, receberia o valor justo pela disciplina e pelo profissionalismo que entrego.
Se eu não tivesse mais medo, descansaria sem culpa, voltaria renovada e ainda mais confiante.
O resto vem. O sumiço da poeira vem. Os momentos de descanso e de alegria vêm.
Porque no fundo, o medo não é o inimigo: ele é um aviso. O que muda é a forma como escolhemos lidar com ele.
A resposta, por mais simples que seja, é permanecer: mais consciente, mais leal a mim mesma. Perceber que conquistar não exige dor, e que posso me permitir celebrar o fluxo das coisas, sem desconfiar da felicidade como se ela fosse um aviso de que algo ruim está por vir.
Pensar com arte é pensar diferente.
Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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