Como falar de filosofia em pleno domingo de Carnaval

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Por Miguel Lucena
O domingo de Carnaval é um convite à fuga do pensamento, uma explosão de cores e ritmos que empurra qualquer reflexão para longe. Mas eis que, entre um frevo e um samba, surge a pergunta: há espaço para filosofia na folia?
Nietzsche, se estivesse por aqui, talvez encontrasse no Carnaval a expressão máxima do seu conceito de Dionísio: a vida celebrada sem amarras, o caos criativo que desafia a ordem apolínea. Já Sócrates, perdido entre foliões, questionaria os passantes: “O que é a verdadeira alegria?” Seria a euforia momentânea ou a busca por algo mais duradouro?
Enquanto Descartes duvidaria da realidade dos confetes, Pascal nos lembraria da aposta inevitável entre o prazer fugaz e o sentido maior da existência. E assim, entre serpentinas e reflexões, percebemos que filosofia e Carnaval não são opostos: ambos nos desafiam a pensar – seja dançando ou questionando.

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