Vídeo mostra falta de alimentos em escolas públicas do DF
Escolas públicas do Distrito Federal não estão recebendo alimentos para compor merendas, segundo denúncia do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). Conforme informado, desde agosto, as instituições estão sem produtos de gêneros da agricultura familiar, e, por isso, estudantes, especialmente os matriculados no ensino integral, precisam levar marmitas de casa. A pasta negou a denúncia do sindicato e disse que inspeções foram feitas e que o problema não foi constatado (leia a nota completa no fim do texto).
Em função do problema, escolas da rede pública começaram a disponibilizar um micro-ondas para as crianças esquentarem o lanche levado de casa. Segundo relatado ao Metrópoles, o Centro de Ensino Fundamental 4, em Ceilândia, é uma dessas instituições.
Na segunda-feira (31/10), por exemplo, o cardápio da merenda da escola se limitou a arroz e ovo. No dia seguinte, arroz, feijão e farofa de ovo foram servidos na merenda. Segundo Samuel Fernandes, membro do Conselho de Alimentação Escolar e diretor do Sinpro-DF, a situação é absurda, pois “há investimento nesta área da educação”. Ainda assim, estudantes não têm acesso a verduras, legumes ou carnes.
“Não é a primeira escola que os alunos precisam levar marmita porque a refeição oferecida pelo governo é insuficiente. E não é por falta de verba, isso mostra a falta de gestão”, começou Fernandes.
“Vão dizer que a licitação sofreu atraso, mas, então, por que não fizeram [o processo de licitação] antes de encerrar o contrato anterior? As escolas não recebem alimentos da agricultura familiar desde o final de agosto. Isso é inadmissível! No mínimo 30% dos recursos do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] repassados do Governo Federal ao GDF precisam ser destinados a compra de gêneros da agricultura familiar”, finalizou.
Em julho, o Metrópoles noticiou que uma outra escola pública do DF estava sofrendo com falta de repasse de alimentos para a merenda. À época, Samuel flagrou vazios a dispensa e os freezers do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 5 de Taguatinga Sul. A escola tinha apenas um pouco de carne moída, biscoito, macarrão e farinha de milho.
No Centro de Ensino Médio (CEM) 2 do Gama, a situação chegou ao ponto de a direção da escola colocar um micro-ondas à disposição dos estudantes para que esquentem marmitas levadas de casa.
O que diz a Secretaria de Educação
Em nota, a pasta responsável pela gestão da merenda escolar se manifestou por meio de nota. Leia na íntegra:
“A Secretaria de Educação do Distrito Federal, por meio da Diretoria de Alimentação Escolar da Pasta esclarece que a referida denúncia não procede. A nutricionista da regional de Ensino de Ceilândia esteve nesta terça-feira (31/10) no CEF 4 de Ceilândia e constatou que o estoque da escola está abastecido com gêneros perecíveis e não perecíveis, conforme fotos anexadas tiradas nesta terça-feira (31/10), para a execução dos cardápios. Portanto, não há falta de alimentos.
A Diretoria de Alimentação Escolar da Pasta indica ainda que todos os recibos de alimentos recebidos pela escola foram assinados pela equipe gestora da escola, conforme anexos. A direção do CEF 4 de Ceilândia também negou a falta de alimentos na unidade e indicou que o recebimento dos gêneros alimentícios está normal.
A Pasta ainda ressalta que já realiza a entrega dos gêneros da alimentação escolar para a execução dos cardápios da 6ª distribuição de entregas, que começa a partir da próxima segunda (6/11)”.