Protestos contra reformas do governo Bart De Wever afetam transporte, portos e aeroportos, com confrontos e vandalismo
Cerca de 80.000 manifestantes foram às ruas de Bruxelas, na Bélgica, nesta 3ª feira (14.out.2025), para protestar contra as reformas e cortes de gastos propostos pelo governo do primeiro-ministro Bart De Wever (Nova Aliança Flamenga, direita). Os 3 principais sindicatos organizaram a greve nacional, que paralisou o transporte público, aeroportos e portos em todo o país.
No aeroporto de Charleroi, o 2º maior da Bélgica, os serviços foram totalmente interrompidos. No Aeroporto de Bruxelas, todas as partidas e muitas chegadas foram canceladas. Embora os trens tenham continuado a operar, a maioria dos ônibus, bondes e metrôs da capital ficou paralisada, segundo informações da BBC.
A greve reagiu às medidas de austeridade do governo de direita, que assumiu em fevereiro de 2025. Entre as principais reivindicações, estão reformas previdenciárias e outros cortes orçamentários para reduzir o déficit fiscal.
A manifestação, pacífica, teve pontos de confronto violento com policiais, incêndios criminosos, bloqueios de estradas e projéteis lançados contra estabelecimentos. Segundo informações das autoridades, a polícia prendeu cerca de 20 pessoas mascaradas.
A ministra de Asilo, Migração, Integração Social e Política Urbana, Anneleen Van Bossuytr, escreveu em seu perfil do X: “O vandalismo contra meus serviços não tem nada a ver com o direito à greve. […] Apesar do grande efetivo policial, essa escória mostrou sua verdadeira face”.
Assista (26s):
Het vandalisme tegen mijn diensten heeft niets te maken met recht op staken. Wie onze medewerkers of gebouwen belaagt, valt onze samenleving aan. Mijn steun naar het personeel dat dit moet meemaken. Ondanks massale inzet van de politie heeft dit crapuul zijn ware gelaat getoond. pic.twitter.com/Xr2RgybFpF
— Anneleen Van Bossuyt (@anneleen_vb) October 14, 2025
Ainda não há previsão para a retomada das negociações entre governo e sindicatos nem sobre novas paralisações. Esta não é a 1ª demonstração de insatisfação popular desde que De Wever assumiu. O governo anunciou limite de 2 anos para o seguro-desemprego e planeja novos cortes no orçamento, incluindo redução do benefício infantil e aumento do imposto sobre valor agregado (tipo de imposto sobre consumo).