Norte-americanos enviaram 3 navios de guerra com 4.000 militares para a região próxima ao país
A Venezuela vai iniciar uma operação de patrulhamento com navios e drones, segundo anunciou Vladimir Padrino López, ministro da Defesa. A medida se dá depois da escalada das tensões na região da fronteira com a Colômbia e do envio de navios de guerra dos Estados Unidos.
Padrino López afirmou que o reforço militar vai cobrir cerca de 1/3 da fronteira com a Colômbia e as águas ao norte do país, mas sem deixar claro se é uma resposta direta à presença norte-americana na região.
A ação envolve 15.000 militares sob ordens do governo, além de 60 Urras (Unidades de Reação Rápida).
“Teremos um importante destacamento de drones com diferentes missões, pontos de atendimento ao cidadão, pontos de exploração e vigilância, pontos e percursos fluviais com infantaria naval em todos os rios –especialmente em Catatumbo, que deságua no Golfo da Venezuela–, patrulhas navais no Lago de Maracaibo e no Golfo da Venezuela, além de navios de maior porte mais ao norte, em nossas águas territoriais”, disse Padrino.
O ministro declarou que a operação será planejada rapidamente e que os comandantes receberão a ordem para agir em breve.
“Conhecemos o território, conhecemos as condições geográficas e as características dos grupos terroristas, armados e narcotraficantes que operam na fronteira e que pretendem atravessar para o território venezuelano”, declarou.
Assista (2min56s):
🇺🇸🇻🇪 BREAKING:
Venezuelan Defense Minister Vladimir Padrino López announces deployment of Navy ships, UAVs, and river patrols in the Caribbean to counter the U.S. Navy. pic.twitter.com/iMVRfrphtT
— Defence Index (@Defence_Index) August 27, 2025
Na semana passada, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), anunciou o envio de 3 navios de guerra para a costa venezuelana. Segundo o republicano, a medida faz parte do esforço norte-americano para combater o narcotráfico na América Latina.
Cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais foram mobilizados na missão.
Em 7 de agosto, os Estados Unidos aumentaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). O governo Trump afirmou que o presidente venezuelano representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Washington acusa Maduro de conspiração com o narcoterrorismo, de importar cocaína e de usar e transportar armas e explosivos em apoio a crimes de tráfico de drogas. O presidente venezuelano também é acusado de integrar um grupo chamado Cartel de Los Soles.
Maduro reagiu à iniciativa norte-americana e classificou a operação como uma “violação do direito internacional”. Ele lançou uma contraofensiva e convocou cerca de 4,5 milhões de milicianos para “garantir a cobertura do território nacional”.
Paralelamente, a tensão na Colômbia cresce, principalmente por causa de uma guerrilha formada por dissidências das Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas).
Na semana passada, o país sofreu o pior ataque da década, com um total de 18 mortos. O nordeste colombiano, especialmente a região de Catatumbo, registra intensa movimentação ligada ao cultivo de cocaína e ao tráfico.
Em entrevista a jornalistas nesta semana, o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, pediu ao governo colombiano que faça a sua parte para garantir a paz e expulsar aqueles que tentem se estabelecer na fronteira para cometer crimes.