A Venezuela libertou 10 cidadãos e residentes permanentes norte-americanos na 6ª feira (18.jul.2025) em troca do retorno de mais de 250 imigrantes venezuelanos que estavam detidos em El Salvador.

Os imigrantes venezuelanos haviam sido deportados pelos Estados Unidos para o país da América Central meses atrás, durante a implementação das políticas migratórias do governo do presidente norte-americano Donald Trump (republicano).

O acordo tripartite de Venezuela, Estados Unidos e El Salvador beneficia tanto Trump quanto o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista da Venezuela, esquerda). 

A negociação concretiza uma proposta apresentada há meses pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele (Nuevas Ideas, direita), segundo informou a agência AP (Associated Press), que acompanhou o desenvolvimento das negociações desde o início.

Em março, o governo de El Salvador concordou com um pagamento de US$ 6 milhões do governo Trump para abrigar os venezuelanos no Cecot (centro de confinamento de terrorismo), megaprisão construída para abrigar supostos integrantes de gangues durante a campanha de Bukele contra o crime organizado.

Prisão dos venezuelanos

A operação de deportação dos venezuelanos causou controvérsia quando Trump invocou a Lei de Inimigos Estrangeiros, legislação do século 18, para remover rapidamente homens que seu governo acusou de pertencer à gangue “Tren de Aragua”.

A disputa chegou à Suprema Corte dos EUA, mas o governo norte-americano não apresentou evidências que sustentassem essas acusações.

Grupos de direitos humanos documentaram centenas de mortes e casos de tortura dentro da megaprisão de El Salvador. Maduro disse que alguns dos venezuelanos foram submetidos a várias formas de abuso, e um deles teria perdido um rim “devido às surras que recebeu“. 

Prisão dos norte-americanos

Os norte-americanos estavam presos em diferentes instalações na Venezuela. Não foram divulgados detalhes sobre as acusações específicas contra os cidadãos dos EUA libertados.

“Graças à liderança do presidente dos Estados Unidos, 10 americanos que estavam detidos na Venezuela estão no caminho para a liberdade”, declarou o Secretário de Estado, Marco Rubio, em uma publicação no X (ex-Twitter).