O Grupo Ultra (UGPA3) anunciou nesta quinta-feira (8) que passou a deter o controle da Hidrovias do Brasil (HBSA3) ao atingir uma participação de 50,15% na companhia. a distribuidora de combustíveis já possuía cerca de 40% de participação na empresa. Às 10h14, a ação da Ultra caía 2,38%, a R$ 16,42, enquanto HBSA3 subia 4,56%, a R$ 2,98.
Com a Ultra tornando-se acionista controladora da Hidrovias, o Goldman espera que grupo holding passará a consolidar integralmente os resultados da Hidrovias em suas demonstrações financeiras (em vez do método de equivalência patrimonial utilizado até então).
Segundo estimativas preliminares do Goldman Sachs, a alavancagem da Ultra pode chegar a aproximadamente 1,5 vez até o final do ano, ao consolidar tanto a dívida líquida quanto o EBITDA da Hidrovias. Como referência, a gestão indicou em seu último Investor Day que busca uma meta de alavancagem entre 1,5 e 2,0 vezes.
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Mudanças na gestão. Décio Amaral, atual CEO da Ultracargo, assumirá o cargo de novo CEO da Hidrovias. Enquanto isso, Fulvius Tomelin, ex-CEO da Ale Combustíveis (não listada), substituirá Amaral como CEO da Ultracargo.
Embora continue a enxergar a Ultrapar como uma empresa de alavancagem relativamente baixa em comparação com seus pares do setor — o que é positivo no atual ambiente de juros altos —, o Goldman acredita que a notícia de hoje traz incertezas adicionais à tese de investimento na companhia.
Dessa forma, o banco americano entende que o foco do mercado será a estratégia para a recuperação da Hidrovias. Em geral, o Goldman a Ultrapar sendo negociada a múltiplos pouco exigentes, com um Preço/Lucro estimado de 8,9 vezes e 7,2 vezes para 2025 e 2026, mas, em sua visão, uma reprecificação positiva dependerá de esclarecimentos adicionais sobre as perspectivas para a Hidrovias e as margens do negócio de distribuição de combustíveis.
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O Goldman Sachs manteve recomendação de compra para ação da Ultra e preço-alvo de R$ 22,50.
Já o Bradesco BBI pontua que o mercado ainda não assimilou totalmente a aquisição da Hidrovias, mas a tomada de controle não chega a ser uma surpresa, visto que a empresa já a considerava uma possibilidade.
Para BBI, o movimento estratégico pode fazer sentido, dada a vantagem competitiva do Brasil no agronegócio, mas a execução será um aspecto fundamental.