Trump ameaça cortar laços comerciais com a China

Republicano acusa país asiático de hostilidade por boicotar compra de soja dos EUA e ameaça bloquear comércio de óleo de cozinha e outros produtos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou nesta 3ª feira (14.out.2025) que a China está agindo de forma “economicamente hostil” ao deixar de comprar soja americana. Em publicação em seu perfil na rede Truth Social, ele disse considerar o fim de negócios com Pequim ligados ao comércio de óleo de cozinha e outros produtos, em retaliação à medida chinesa.

“Acredito que a China esteja, de forma proposital, deixando de comprar nossa soja e causando dificuldades para os nossos produtores. Isso é um ato economicamente hostil. Estamos considerando encerrar os negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e a outros elementos do comércio, como forma de retaliação”, escreveu Trump.

Segundo ele, os Estados Unidos têm capacidade para produzir internamente o óleo de cozinha, o que tornaria desnecessária a importação do produto. As informações são da CNBC.

A China interrompeu as compras de soja americana em maio. Desde então, os preços da soja nos Estados Unidos caíram quase 40%, prejudicando produtores rurais –base importante de apoio político a Trump.

O país é historicamente o maior comprador de soja dos EUA, tendo importado 27 milhões de toneladas avaliadas em cerca de US$ 12,8 bilhões em 2024. Com as tarifas retaliatórias impostas por ambos os países, Pequim passou a buscar fornecedores alternativos na América do Sul, como Brasil e Argentina.

Guerra comercial

A declaração sobre o óleo de cozinha é feita em meio à intensificação das tensões comerciais entre as 2 maiores economias do mundo. Na semana passada, Trump anunciou que imporá uma tarifa de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, em resposta à decisão de Pequim de restringir exportações de terras raras –minerais estratégicos usados em setores como tecnologia, defesa e energia limpa.

O republicano classificou a medida chinesa como um “ato sem precedentes no comércio internacional” e disse que “ela afeta todos os países, sem exceção”. A Casa Branca considera as restrições uma tentativa de ganhar vantagem nas negociações comerciais e um movimento de pressão antes de um possível encontro entre Trump e o presidente Xi Jinping (Partido Comunista da China, esquerda) durante a cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), na Coreia do Sul, no fim do mês.

“Esta foi uma surpresa, não só para mim, mas para todos os líderes do mundo livre. Eu deveria me encontrar com Xi em duas semanas, mas agora parece não haver razão para isso”, afirmou Trump.

A escalada nas tensões reacende o temor de uma nova guerra tarifária entre EUA e China, como a observada em 2018 e 2019, durante o 1º mandato de Trump. Especialistas avaliam que a retórica protecionista do republicano busca mobilizar sua base eleitoral rural e reforçar o discurso nacionalista às vésperas da eleição presidencial de 2026.


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