Para assistir ao novo padrão televisivo, será necessário adquirir um conversor DTV+ ou um novo televisor DTV+
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, assinam nesta 4ª feira (27.ago.2025) o decreto que regulamenta a TV 3.0. O ministério quer lançar as duas primeiras estações experimentais da nova geração da tecnologia, também chamada de DTV+, ainda em 2025, em São Paulo e Brasília.
O objetivo é que o sistema esteja disponível em todo o Brasil até a Copa do Mundo de 2026. A nova tecnologia promete maior qualidade de imagem e som, interatividade com internet e publicidade segmentada, mas exigirá conversores ou televisores compatíveis.
A TV 3.0 é uma versão atualizada do SBTVD-T (Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre). Mistura a transmissão de TV aberta com recursos da internet e, na prática, transforma os aparelhos de televisão em smart TVs.
Segundo o ministério, não há planos para desligar o atual sistema de televisão digital (TV 2.0) quando a TV 3.0 entrar em funcionamento. A transição será gradual.
“A TV 3.0 é prioridade para a radiodifusão brasileira”, disse Frederico de Siqueira Filho durante a abertura da SET EXPO, em São Paulo, na 3ª feira (19.ago.2025).
“Do ponto de vista do público, é a garantia de que a TV aberta seguirá gratuita, universal e com imagem em 8K, áudio imersivo, acessibilidade ampliada e interatividade real. Do ponto de vista da indústria, é a entrada definitiva na economia digital, com métricas modernas, publicidade segmentada, modelos de negócio inovadores e maior equilíbrio competitivo com as plataformas globais”, declarou.
Ainda há algumas dúvidas sobre a implementação, principalmente quanto às melhorias, à necessidade de conexão com a internet e, sobretudo, se será preciso trocar o aparelho.
CONVERSOR
Segundo o ministério, será necessário adquirir um conversor. O aparelho terá uma tecnologia chamada Mimo (Multiple-Input Multiple-Output), que utiliza mais de uma antena tanto para transmitir quanto para receber sinais de comunicação sem fio.
As primeiras estimativas indicam que os conversores vão custar cerca de R$ 400. Mas o ministério afirma que a avaliação é prematura. Os valores devem cair progressivamente com a evolução do mercado e o aumento da escala de produção.
A expectativa é que, em breve, as televisões já saiam de fábrica com a tecnologia.
INTERNET
Não será necessário ter internet para acessar a TV 3.0. Sem conexão, os televisores exibirão apenas os conteúdos já liberados pelos canais abertos e gratuitos.
No entanto, a internet vai oferecer mais opções de conteúdo, como a possibilidade de interatividade com os produtos distribuídos pela TV aberta.
MELHORIAS
Além da maior interatividade com a internet, a TV 3.0 trará outros benefícios, principalmente na qualidade de imagem e som.
No novo padrão, haverá mudança de resolução do Full HD (1.920 x 1.080 pixels) para 4K (3.840 x 2.160 pixels) ou até 8K (7.680 x 4.320 pixels), nos aparelhos compatíveis.
A DTV+ promete experiência de “som de cinema”, semelhante a uma imersão com áudios reproduzidos em diferentes direções.
CONTROLE REMOTO
Segundo o ministério, a troca de emissoras de forma numérica será substituída. Nos novos modelos, os canais serão acessados por meio de aplicativos das emissoras de conteúdo, de forma semelhante aos botões que dão acesso às plataformas de streaming.
Alguns modelos atuais de televisores já são produzidos sem teclado numérico no controle remoto, embora mantenham botões para troca de canais.