Remake de “Vale Tudo” tem mudanças marcantes: veja o que mudou desde 1988

A autora Manuela Dias assina a atualização da obra criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères em 1988

Mais de três décadas depois de estrear como um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira, “Vale Tudo” volta à tela da Globo nesta segunda-feira, 31 de março, com uma nova roupagem. A autora Manuela Dias assina a atualização da obra criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, e traz de volta a pergunta que nunca envelhece: “Vale tudo para se dar bem?”

Logo no primeiro capítulo, o público vai reencontrar a icônica cena em que Maria de Fátima (agora vivida por Bella Campos) dá um golpe na própria mãe, Raquel (Taís Araújo). A sequência segue fiel ao espírito original, mas com novos contornos que marcam a atualização para 2025.

Enquanto, em 1988, a chegada de Fátima ao Rio de Janeiro já acontecia no primeiro episódio, na nova versão o público terá de esperar até o segundo capítulo para ver a golpista iniciar sua vida de luxo e mentira na cidade maravilhosa. A decisão de dividir o impacto narrativo em dois capítulos é uma mudança importante no ritmo da apresentação da história.

Outro ajuste relevante está na forma como Raquel é apresentada como mulher forte e combativa desde o início. Em 1988, Regina Duarte foi agredida pelo marido Rubinho (Daniel Filho) em um flashback. Na nova versão, Taís Araújo interpreta uma Raquel que revida o tapa de Rubinho (Julio Andrade), o que coloca a protagonista de cara com a força que ela vai mostrar ao longo da trama.

Na versão original, Maria de Fátima e César (Carlos Alberto Riccelli) só transavam dias depois de se conhecerem. Já na nova novela, a química entre Fátima (Bella Campos) e César (Cauã Reymond) explode já no primeiro capítulo, em uma cena quente no quarto de hotel em Foz do Iguaçu. A sequência deixa claro que a personagem está disposta a usar qualquer meio para conquistar o que quer — inclusive o próprio corpo.

Os roteiros trazem também mudanças sutis nos diálogos, mas que refletem o tempo presente. Na cena em que Fátima menciona o fazendeiro que deu em cima dela, a referência ao galã Mickey Rourke foi trocada por “um galã de novela”, atualizando o vocabulário da personagem e aproximando sua linguagem do público atual.

O famoso fazendeiro argentino agora é uruguaio, refletindo mudanças no cenário econômico da região. E a muamba que César tenta trazer do Paraguai já não é mais um videocassete, e sim uma máquina fotográfica — outro aceno aos novos tempos.

Na família Roitman, Heleninha (Paolla Oliveira) não passou por um emagrecimento forçado durante o tratamento do alcoolismo, como era mencionado na versão original. As falas sobre perda de peso foram completamente retiradas. Já o vilão Marco Aurélio (Alexandre Nero) perdeu a comparação direta a Hitler que havia sido feita em 1988. Agora, ele é apenas visto como um executivo implacável.

Com essas mudanças, o remake de “Vale Tudo” mantém a alma da história original, mas deixa claro que os tempos mudaram — e os personagens também. A estreia promete impactar antigos fãs e conquistar uma nova geração com a mesma pergunta provocadora: ainda vale tudo para subir na vida?

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