Partido prepara mobilizações em todos os Estados e pretende fazer frente a manifestações bolsonaristas; Lula deve participar só da cerimônia oficial em Brasília
O Partido dos Trabalhadores organiza uma série de manifestações no feriado de 7 de Setembro em todos os Estados do país. A sigla pretende usar a data, que marca a Independência do Brasil, para voltar a mobilizar a militância de esquerda em atos públicos e reforçar a reação do governo às ofensivas comerciais e políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), ao Brasil.
O presidente da legenda, Edinho Silva, disse neste sábado (23.ago.2025) que o intuito dos atos é defender a soberania nacional e defender o país “de todas as iniciativas que afrontam o direito do Brasil de ser soberano”. O dirigente afirmou que as direções estaduais ainda estão se organizando.
“O importante para nós é que possamos dialogar com a sociedade brasileira, com o que está em disputa no cenário nacional. Que o 7 de Setembro seja um momento de expressão e também um processo de conscientização. Infelizmente, o Brasil está sendo penalizado injustamente. As tarifas sempre foram utilizadas para equilibrar ações comerciais. Elas estão sendo usadas pelo governo Trump de forma autoritária, sem nenhum fundamento e por um viés político”, afirmou Edinho em entrevista a jornalistas na sede do PT em Brasília após reunião do diretório nacional.
O dirigente afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), quer impedir a apuração de crimes graves no Brasil, relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022 e aos atos de extremistas de direita no 8 de Janeiro. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos desde março e tem tido conversas com integrantes do alto escalão da administração trompista. Ele defende a imposição das tarifas de 50% aos produtos brasileiros importados.
Edinho disse ainda que o Brasil não pode ser penalizado por integrar o Brics, bloco econômico formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo tem sido alvo frequente de críticas feitas por Trump por causa da ampliação do uso de moedas locais no comércio entre esses países.
Afirmou também que o Brasil não pode ser penalizado por ter desenvolvido o PIX e nem por defender a regulamentação das redes sociais, temas alvo de críticas por parte de Trump.
Ainda não está prevista a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em nenhum dos atos organizados pelo PT. O presidente deve estar presente no tradicional desfile cívico-militar realizado em Brasília na data.