PT pede investigação de casa de luxo de Guilherme Derrite

O líder do partido na Assembleia Legislativa de SP, Antônio Donato, entregou representação ao Ministério Público para apurar indícios de enriquecimento ilícito

O líder do PT (Partido dos Trabalhadores) na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), deputado Antônio Donato (SP), entregou nesta 4ª feira (2.jul.2025) uma representação ao MPSP (Ministério Público de São Paulo). O documento solicita a investigação sobre uma casa que está sendo construída pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL). Eis a íntegra (PDF – 387 kB).

Segundo a representação, Derrite está construindo uma casa de alto padrão em Porto Feliz (SP), com valor estimado em R$ 3 milhões. O valor é 3 vezes superior ao total de bens declarado por ele ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022. O documento afirma que “a compra do terreno foi realizada à vista, conforme escritura, e a construção avança em ritmo acelerado, com uso de materiais e padrão arquitetônico luxuosos”.

A representação também aponta que, embora os rendimentos líquidos de Derrite e de sua esposa somem R$ 74.000, o custo estimado da obra e do imóvel como um todo revela “aparente desproporcionalidade em relação à renda acumulada nos últimos anos”.

Além da construção do imóvel, a representação requer apuração sobre:

  • a origem dos recursos usados na compra do terreno e na construção do imóvel, especialmente quanto à compatibilidade com os rendimentos e declarações fiscais de Guilherme Derrite e de sua esposa;
  • a possível ocultação de bens ou patrimônio por meio de terceiros, como o empresário Guilherme Moron;
  • indícios de relações indevidas, favorecimento em contratos ou conflitos de interesse envolvendo os empresários José Romano Netto e Sérgio Comolatti, bem como empresas a eles vinculadas que mantêm contratos ou relações com o governo estadual, inclusive com a Secretaria da Segurança Pública;
  • o eventual uso irregular de bens ou serviços de terceiros –como aeronaves– sem o devido registro ou comprovação de contraprestação financeira.

A representação também menciona uma reportagem publicada pelo portal Metrópoles, segundo a qual o responsável pela obra, Genilton Mota, declarou que os pagamentos estão sendo feitos pelo empresário e amigo de Derrite, Guilherme Moron Peres Trindade, conhecido como Gui Moron.

“De acordo com o relato do empreiteiro, as notas fiscais da obra são emitidas em nome de Moron, que é quem efetivamente realiza os pagamentos. Essa relação configura indício de financiamento de bem particular por terceiros, o que pode caracterizar enriquecimento ilícito ou, ao menos, necessita de apuração quanto à origem e destinação dos recursos”, afirma a representação.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a obra está sendo “custeada exclusivamente com recursos próprios do secretário, provenientes da venda de um apartamento de sua titularidade e de seus rendimentos mensais”. Segundo a Secretaria, todos os pagamentos são feitos por Derrite por transferências bancárias “devidamente declarados em seu Imposto de Renda”.  

Leia a íntegra da nota da Secretaria de Segurança Pública:

“A obra está sendo custeada exclusivamente com recursos próprios do secretário, provenientes da venda de um apartamento de sua titularidade e de seus rendimentos mensais. Todos os pagamentos são realizados diretamente pelo secretário, via transferências bancárias, e devidamente declarados em seu Imposto de Renda”.


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