Dispositivo foi encontrado na 6ª feira (18.jul) durante operação policial autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes
A PF (Polícia Federal) concluiu que o pen drive apreendido na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília não contém arquivos úteis para a investigação em andamento. A análise pericial foi finalizada nesta 2ª feira (21.jul.2025), de acordo com o portal g1.
O dispositivo de armazenamento foi encontrado durante operação policial realizada na 6ª feira (18.jul) com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e em endereços ligados ao PL, sigla do ex-presidente.
A ação faz parte do inquérito que investiga possível coação à Justiça brasileira por Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado pelo PL de São Paulo. Leia mais ao final desta reportagem.
Os peritos da PF examinaram o conteúdo do dispositivo em laboratório especializado e determinaram que não havia material significativo para as apurações sobre supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro havia afirmado desconhecer a origem e os arquivos presentes no dispositivo. “Olha, uma pessoa pediu para ir ao banheiro, eu apontei o banheiro, e voltou com um pen drive na mão. Nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pen drive. A gente fica preocupado com isso”, declarou a jornalistas.
Durante a operação, os agentes federais também apreenderam R$ 8.000 em moeda nacional e US$ 14.000 em espécie na residência do ex-presidente.
Outro item recolhido foi uma cópia impressa de processo judicial protocolado nos Estados Unidos pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes. O documento contém alegações de censura judicial e conta com apoio da TMTG (Trump Media & Technology Group), empresa ligada ao presidente norte-americano, Donald Trump (Republicano).
A investigação conduzida pela PF busca apurar se houve tentativa de interferência no funcionamento do sistema judicial brasileiro.
ALVO DA PF
A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã de 18 de julho mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de medidas cautelares diversas da prisão, em Brasília. Os mandados foram autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e foram cumpridos na casa do ex-presidente e em endereços ligados ao PL (Partido Liberal), legenda de Bolsonaro.
Bolsonaro é réu em ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o núcleo central na tentativa de golpe de Estado em 2022.
Eis as medidas determinadas contra o ex-presidente:
A PGR pediu a condenação do ex-presidente em 14 de julho. Afirmou que Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” depois de sua derrota eleitoral para o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eis a íntegra (PDF – 5,4 MB).
Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.
Em 2023, o ex-presidente foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele está inelegível até 2030. Disse que os processos são para tirá-lo do jogo político porque aparece com vantagem em pesquisas de intenção de voto. Afirmou que em 2022, quando foi candidato à reeleição, o TSE “pesou a mão” contra ele.
Entenda a ordem de Moraes que impõe tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. Assista (1min57s):
O QUE DIZ A DEFESA
Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” contra o ex-presidente e que ainda não teve acesso à decisão de Moraes.
Eis a íntegra da nota:
“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
“A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial.”
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