Países pedem tirar COP30 de Belém por preços altos em hotéis

André Corrêa do Lago diz que as diárias estão até 10 vezes acima do normal; a lei brasileira não permite impor limites aos preços

O presidente da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima), André Corrêa do Lago, afirmou nesta 5ª feira (31.jul.2025) que países pediram oficialmente para que a conferência não seja realizada em Belém. O motivo são os preços das diárias em hotéis na capital paraense.

“Países manifestaram de fato e saíram a público para dizer que a questão do preço dos hotéis é uma preocupação. Representantes de regiões pediram para tirar a COP de Belém”, disse. A declaração foi dada em evento da UNFCCC (Organização das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas). O encontro reuniu representantes da convenção climática, dos governos federal e do Estado do Pará, além dos órgãos responsáveis pela organização da conferência.

O diplomata afirmou que, enquanto em outras edições da COP os hotéis cobraram o dobro ou o triplo do valor habitual, em Belém, as diárias estão até 10 vezes acima do normal. Ele destacou que a legislação brasileira não permite impor limites aos preços das diárias e o que resta é o diálogo com a rede hoteleira.

Países prioritários incluem nações menos desenvolvidas, como Etiópia, Haiti, Maldivas e Nepal. Também participam China, Índia, União Europeia e demais delegações com papel ativo nas negociações climáticas.

Apesar do esforço logístico, o alto custo das diárias preocupa líderes de países em desenvolvimento.

“Há, de fato, uma revolta com essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento —os de menor grau de desenvolvimento relativo— por conta dos preços abusivos que estão sendo cobrados”, disse Corrêa do Lago.

O QUE DIZ O GOVERNO LULA

A Secretaria Extraordinária da COP30, vinculada à Casa Civil, informou ao Poder360 que mantém diálogo com a ONU (Organização das Nações Unidas) e detalhou o plano de acomodação que, nesta fase, prioriza o alojamento das delegações que participarão das negociações oficiais.

O plano inclui 2.500 quartos individuais disponíveis com tarifas fixadas entre US$ 100 e US$ 600, estruturados da seguinte forma:

  • 15 quartos por delegação para 73 países classificados como Menos Desenvolvidos (LDCs) e Pequenos Estados Insulares (PEIDs), com diárias de US$ 100 a US$ 200;
  • 10 quartos por delegação para os demais países, com valores entre US$ 220 e US$ 600.

Uma nova reunião está marcada para 11 de agosto, segundo a secretaria da conferência no Brasil. O encontro vai dar continuidade ao diálogo sobre hospedagem, transporte, segurança, alimentação e outros temas essenciais para o evento.


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