Pai e filhos travam batalha judicial milionária por sucessão da Flexform

O processo de sucessão da renomada fabricante de cadeiras de escritório Flexform há 15 anos é objeto de uma disputa familiar entre pai e filhos. O caso foi detalhado no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (24).

Ernesto Iannoni, empresário de 89 anos que construiu sua fortuna no Brasil após emigrar da Itália aos 18 anos sem recursos financeiros, enfrenta uma batalha judicial contra Marco e Pascoal Iannoni, seus próprios filhos. Ele acusa os herdeiros de uma fraude milionária relacionada à sucessão da Flexform, que está entre as cinco maiores produtoras globais de cadeiras para escritório.

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Segundo apuração do Fantástico, o conflito familiar teve início em 2010, quando Ernesto se aposentou e transferiu o comando da Flexform para os herdeiros e, conforme o acordo firmando na época, deveria receber 25% do valor da empresa, que seria avaliada posteriormente.

De acordo com a defesa de Ernesto, a empresa valia cerca de R$ 200 milhões na época, o que garantiria ao empresário o direito a R$ 50 milhões. No entanto, ele afirma ter recebido apenas R$ 16 milhões, o que motivou a ação judicial iniciada em 2013, alegando que os filhos manipularam os números para reduzir o valor pago.

O advogado de Ernesto destaca que a ação foi motivada pela descoberta de uma suposta fraude contábil para subvalorizar a empresa. Um laudo recente da Polícia Civil de São Paulo reforça as suspeitas, apontando irregularidades na escrituração contábil de aproximadamente R$ 70 milhões e indicando o possível uso de outra empresa para ocultar bens. A defesa sustenta que o laudo criminal confirma o uso de empresas fictícias, notas fiscais falsas e omissão de patrimônio.

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Os filhos, que não quiseram conceder entrevista ao Fantástico, expressaram pesar pela continuidade da disputa e relembraram que Ernesto já moveu 22 processos sobre o mesmo tema nos últimos 14 anos, dos quais 20 foram julgados improcedentes.

A reportagem mostra que, além das questões financeiras, a troca de acusações se estende à esfera pessoal. De um lado, Marco e Pascoal relatam que o pai chegou a solicitar exames de DNA em quatro ocasiões quando já eram adultos. Do outro, Ernesto conta que os herdeiros tentaram interditá-lo em 2019 mas foram impedidos por laudos médicos que confirmaram que o empresário mantém plena lucidez e autonomia para gerir seus negócios.

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Para Ernesto, o conflito com os herdeiros não é causado por causa do dinheiro, mas pela “facilidade” em recebê-lo sem saber o que é necessário para conquistá-lo. Atualmente, o homem de 89 anos vive isolado em seu haras de luxo em Capão Bonito (SP), onde cria 70 cavalos puro-sangue lusitano.

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