Os sonhos não envelhecem…

“Os sonhos não envelhecem…” – cantaram Milton e Lô Borges no Clube da Esquina. E talvez seja justamente esse verso que melhor traduz a força do encontro entre o mercado, o direito e a arte. À primeira vista, mundos tão distantes, quase opostos. Mas, quando observados de perto, eles se revelam como engrenagens de uma mesma máquina: a da imaginação humana em movimento.

Escrevo semanalmente para vocês, e hoje decidi falar de duas pessoas que, com o tempo, passaram a ocupar meu repertório de admirações sinceras. Homens que provaram que os negócios, quando vividos com coragem e inventividade, têm muito em comum com aquilo que a arte sempre nos ensinou: o gesto de criar.

Um é Lucas Iglesias, um gaúcho arretado que trouxe a força do mercado financeiro para as terras sergipanas. O outro é Júlio, o manauara que cruza o país com a altivez de quem aprendeu a linguagem do direito e a moldou em Aracaju. Dois homens que chegaram com ideias e sonhos e, em vez de se dobrarem às dificuldades, ergueram pontes. Arrastaram pessoas, inspiraram movimentos e hoje são referências em seus campos.

Eu, uma potiguar que aqui escreve, me reconheço nesse mesmo terreno de criação. Em Aracaju, também planto minha trajetória entre estratégias, estudos, presenças e redes de amigos. Percebo que, no fundo, todos nós somos chamados a essa alquimia entre trabalho e arte, entre cálculo e poesia.

A arte de criar é poderosa. Quem nunca sentiu a pontada do arrependimento ao pensar: “Poxa, eu deveria ter feito aquele projeto para mostrar a tal pessoa…” – e deixou escapar a chance? Oportunidades são como obras inacabadas: elas surgem em forma de esboço, esperando que alguém tenha coragem de dar a última pincelada. Lucas e Júlio carregam essa lição de maneira viva. Para eles, o mundo nunca é escasso. Não há “tempo ruim”, não há impossibilidades: apenas possibilidades. Eles lembram que a economia é, antes de tudo, movimento; que o direito é, essencialmente, interpretação; e que a arte é sempre criação. Três faces de uma mesma moeda que gira incessante no tabuleiro da vida.

Na terça-feira, dia 19, às 19h, um acontecimento reuniu esses mundos de maneira quase mágica. A exposição Quem é Você, de minha autoria, aconteceu na Wert Investimentos a convite de Lucas Iglesias, que acreditou no poder de abrir as portas do mercado financeiro para a arte. Mais de cem pessoas participaram dessa noite, que não foi apenas um encontro com telas e cores, mas um mergulho em experiências. Vinho servido em taças generosas, pratos elaborados por uma chef renomada, conversas que misturavam sensibilidade e estratégia. Não era só arte: era mercado pulsando. Era direito em sua dimensão mais profunda, o direito de estar junto, de se reconhecer, de participar. Era, sobretudo, uma nova forma de consumo. A arte não como luxo inalcançável, mas como experiência real, concreta, capaz de tocar a alma e reordenar o olhar.

Baudelaire já nos provocava: “Embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!” Pois naquela noite, nos embriagamos de tudo isso ao mesmo tempo. O leilão realizado por Lucas durante a exposição foi mais do que uma dinâmica comercial: foi um gesto simbólico, quase revolucionário. Ali, Júlio, admirador sensível da arte, decidiu investir não apenas em números ou contratos, mas em quadros que carregam alma e gesto. Sua compra representou o reconhecimento de que a arte sergipana não é apenas memória; é legado em construção, presente em transformação.

E é aí que o encontro entre finanças, direito e arte se revela mais nítido. O mercado financeiro calcula riscos e aposta em futuros. O direito organiza e interpreta relações humanas. A arte desestabiliza certezas e propõe novos mundos. Juntos, eles nos lembram que nós não somos feitos apenas de contas ou de normas, mas também de sonhos. Lucas aposta no capital, Júlio aposta na justiça. Eu aposto no gesto criador. E todos nós, de alguma forma, apostamos em pessoas. No que elas podem ser, no que podem se tornar, no que podem deixar para depois que partirem.

Quando uma obra de arte é arrematada em leilão, não se trata apenas de uma transação financeira. É a validação de que a sensibilidade também tem valor de mercado. Quando um advogado vence uma causa, não é apenas técnica: é narrativa, é convencimento, é arte retórica. Quando o mercado movimenta cifras, ele move também afetos, expectativas, futuros.

Talvez a maior revolução que possamos viver não esteja em grandes atos políticos, mas nesses encontros sutis onde universos se cruzam. É quando um investidor descobre poesia numa tela. Quando um advogado percebe arte em sua argumentação. Quando um artista entende que sua obra também é produto, mas produto de alma.
O que se viveu ali não foi apenas um evento social, mas o início de uma nova narrativa para Aracaju: a da arte como eixo de transformação econômica, social e cultural.

O que nos une é essa crença de que a vida não é mero cálculo, nem mero acaso: é criação incessante. Que o leilão, o vinho, as conversas e a presença de cada pessoa naquela noite sejam apenas o prólogo de uma história maior. Uma história onde mercado, direito e arte caminham juntos e onde os sonhos, teimosos como sempre, insistem em não envelhecer.

Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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