Operação contra “Jogo do Tigrinho” mira influenciadores em esquema de R$ 4,5 bi

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Desfortuna, visando desarticular um esquema bilionário de promoção ilegal de jogos de azar on-line, como o popular “Jogo do Tigrinho”. Entre os alvos estão os influenciadores Bia Miranda, Maumau, Buarque e as gêmeas Paulina e Paola de Ataíde, todos com milhões de seguidores nas redes sociais.

A ação foi realizada simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, com o cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão contra 15 investigados. As autoridades apuram os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato, publicidade enganosa e crime contra a economia popular.

Os investigados são suspeitos de usar suas redes sociais para promover sites de apostas ilegais, prometendo lucros fáceis e rápidos aos seguidores. Segundo a Polícia Civil, essa prática envolvia disfarçar a natureza dos ganhos e induzir o público ao erro.

Oportunidade única

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A investigação identificou um padrão de vida de luxo incompatível com a renda declarada. Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontam que os investigados movimentaram cerca de R$ 40 milhões em contas pessoais entre 2022 e 2024.

Os conteúdos publicados incluíam viagens internacionais, carros de luxo e imóveis de alto padrão, reforçando a imagem de sucesso atrelada aos jogos promovidos. A Polícia apura ainda se os influenciadores recebiam comissões proporcionais às perdas dos apostadores que acessavam os sites por meio de seus links.

Na casa do influenciador Maumau, em São Paulo, os agentes encontraram uma arma de fogo, o que levou à sua prisão em flagrante. Outros investigados tiveram bens apreendidos, como veículos, celulares, documentos e computadores.

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A Justiça também autorizou a quebra de sigilo fiscal de empresas ligadas ao grupo, incluindo fintechs que teriam operado como canais de movimentação dos valores. Algumas dessas empresas são apontadas como fachadas criadas exclusivamente para lavar o dinheiro obtido com os jogos ilegais.

Organização criminosa

Segundo a Polícia Civil, o grupo funcionava como uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre influenciadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estimativa é de que o esquema tenha movimentado, ao todo, cerca de R$ 4,5 bilhões.

As investigações foram coordenadas pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), em conjunto com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD).

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