Mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador, os resultados do segundo trimestre de 2025 da administradora de shoppings Multiplan (MULT3) reforçaram a qualidade de seu portfólio e a consistência da gestão operacional, segundo análises de diferentes casas.
O Morgan Staley destacou que a Multiplan apresentou um conjunto de resultados que superou as expectativas e reforçou pontos-chave da sua atuação.
Em primeiro lugar, os analistas ressaltaram a resiliência dos principais ativos da companhia e a força do consumo, refletida em métricas operacionais robustas: as vendas nas mesmas lojas (SS, Same Store Sales) cresceram 8% e a receita de aluguel dos lojistas avançou 12% na comparação anual. Alguns shoppings se destacaram com crescimentos expressivos, como o Diamond Mall (+32%), o Shopping Barigui (+28%) e o New York City Center (+26%).
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O Morgan Stanley também destacou a capacidade da Multiplan de capturar crescimento por diferentes frentes, como a alta de 17% na receita com estacionamento, o avanço nas vendas de imóveis ligadas ao projeto Golden Lake e a monetização do banco de terrenos — que somou R$ 171 milhões em receita, com lucro bruto de R$ 45 milhões.
A equipe do Morgan também enfatizou a eficiência na execução operacional, com redução nas despesas com imóveis, sustentada por uma inadimplência líquida muito baixa, de apenas 0,2%, e pela recuperação de despesas de períodos anteriores. Na visão do Morgan Stanley, os resultados reforçam o posicionamento sólido e bem gerido da Multiplan mesmo em um contexto macroeconômico mais apertado.
O Bradesco BBI avaliou positivamente os resultados da administradora de shoppings Multiplan (MULT3) no segundo trimestre de 2025 (2T25), destacando a continuidade do bom desempenho operacional da companhia. Segundo os analistas, os números reforçam a resiliência do setor e a posição sólida da empresa em ativos de alta qualidade.
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O banco chamou atenção para o crescimento das vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), que aumentaram 7,3% na comparação anual, além da elevação de 9,5% nas receitas com aluguel nas mesmas lojas (SSR), refletindo a forte recuperação do consumo nos shoppings da companhia.
O lucro líquido ajustado somou R$ 328 milhões, alta de 12% na base anual, e o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 500 milhões, com margem de 74%, em linha com o histórico da empresa.
Para o Bradesco BBI, a Multiplan continua sendo uma das preferidas no setor, especialmente pela combinação de ativos premium, bom posicionamento geográfico e gestão conservadora.
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O Itaú BBA, por sua vez, comenta que a Multiplan apresentou um forte conjunto de resultados no 2T25, apesar da receita de locação abaixo do esperado de R$ 428 milhões, em comparação com sua estimativa de R$ 442 milhões.
A equipe de análise do BBA destacou como principal ponto positivo a margem operacional de NOI (Lucro Operacional Líquido) de 97%, desconsiderando os efeitos da linearização — acima da estimativa do banco, que era de 92%. A margem reportada foi de 95%. Segundo os analistas, esse desempenho superior se deve, principalmente, à recuperação de despesas anteriores.
O banco também observou que a capitalização de despesas com juros teve impacto positivo no FFO (Fluxo de Caixa Operacional), que superou as projeções em 3%, totalizando R$ 242 milhões após ajustes relacionados à linearização e à operação imobiliária — envolvendo o projeto Golden Lake e a venda de um terreno em Ribeirão Preto. As despesas e os impostos permaneceram em linha com o esperado.
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Na visão do Itaú BBA, os resultados financeiros sólidos e os indicadores operacionais robustos reforçam a qualidade do portfólio da Multiplan. A empresa manteve a inadimplência sob controle, em apenas 0,2%, com taxa de ocupação de 96,1% e aumento real de 3,5% no SSR (Same Store Rent, ou aluguel nas mesmas lojas).
O banco reiterou a Multiplan como sua principal escolha no setor de shopping centers. No entanto, ressaltou que vê pouco espaço para revisões positivas nas estimativas atuais, com as taxas de juros de longo prazo sendo o principal fator de influência para o desempenho do segmento e da ação.
Já o analista CNPI da Suno Research, João Daronco, comentou que a Multiplan entregou mais um trimestre de crescimento consistente e rentabilidade elevada, provando a resiliência e a qualidade superior de seu portfólio. “Os resultados reforçam a tese de que a empresa é uma referência em seu setor, com uma capacidade ímpar de alocar capital e extrair valor de seus ativos”, pontua.
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Sobre o setor, o analista João Daronco avalia que os resultados do segundo trimestre reforçam, mais uma vez, a resiliência do segmento de shopping centers, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, com juros elevados e inflação próxima de 5%. Segundo ele, ainda é difícil afirmar se haverá um novo boom no setor, mas a força das empresas e a consistência operacional demonstradas deixam essa solidez bastante evidente.
A Genial Investimentos avaliou que, embora a Multiplan tenha apresentado resultados significativamente acima do consenso no segundo trimestre, parte relevante desse desempenho foi influenciada por fatores não recorrentes ligados à linha de real estate. A companhia reconheceu R$ 126,5 milhões em receitas com o avanço das obras do projeto Golden Lake — sendo R$ 77,7 milhões referentes à fase 1 e R$ 48,8 milhões à fase 2 — além de R$ 43,1 milhões com a venda de um terreno em Ribeirão Preto, transação anunciada em meados do ano anterior.
A Genial também apontou o efeito pontual da Páscoa, que em 2025 foi celebrada em abril, como um impulso adicional para as vendas no trimestre.
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Ainda assim, na visão da casa, a Multiplan segue entregando números positivos ao longo do ano, com margens em alta mesmo quando excluídas as receitas de real estate: a margem NOI cresceu 3 pontos percentuais na comparação anual, e a margem Ebitda avançou 7,3 pontos percentuais. Os indicadores operacionais também continuam sólidos, reforçando a consistência do desempenho da companhia.
O BTG destacou que a empresa segue colhendo os frutos de um portfólio dominante de shoppings, que permite crescimento real dos aluguéis mesmo em cenário macro desafiador com juros elevados. Com isso reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 28.
O reiterou recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 36, enquanto Morgan manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 29.