A agora apresentadora do SBT News relatou desafios emocionais e profissionais enfrentados no auge da pandemia mundial
A jornalista Marina Demori tem história pra contar. Em entrevista no Programa Flávio Ricco da LeoDias TV desta terça-feira (2/12), ela revisitou um dos capítulos mais difíceis de sua trajetória profissional: a cobertura da pandemia de Covid-19, quando houve mistura de medo, incerteza e responsabilidade informativa.
Ricco abriu o tema perguntando se aquele período aterrorizante abalava mesmo os jornalistas mais preparados. Marina não hesitou ao afirmar que sim. Ela lembrou que vivia um relacionamento com um profissional da saúde, o que tornava a rotina ainda mais delicada. “Eu saía de casa todos os dias pra trabalhar e na época eu tinha relacionamento com uma pessoa que era da área da saúde. Tínhamos uma dinâmica para administrar e evitar qualquer tipo de contato com outras pessoas. Minha família mora em Goiânia e eu estava no interior a trabalho, então fiquei meses sem ver meus pais e meus avós”.
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Marina Demori e Celso Freitas no Programa Flávio RiccoReprodução: YouTube/LeoDias TV

Jornalista Marina DemoriReprodução: Instagram

Marina DemoriDivulgação: CNBC

SBT NewsDivulgação: SBT

Anvisa aprova dose única de vacina contra dengue desenvolvida pelo ButantanFoto: Foto: Instituto Butantan/Divulgação
Além do isolamento familiar, o trabalho em campo exigia adaptações extremas. “No trabalho também era desafiador, porque estava com meu cinegrafista mas usávamos o tempo todo máscara e uma época um visor na frente do rosto, um plástico, uma coisa horrorosa. Eu só tinha contato com o meu cinegrafista e os outros colegas, a gente não se encontrava”, descreveu. Marina contou que só tinha contato direto com seu cinegrafista e que a redação criava escalas rígidas para impedir qualquer aproximação entre colegas.
A jovem jornalista, ainda consolidando o início de sua carreira, enfrentou cenas que marcaram profundamente sua memória emocional. “Foi um período de muito medo. Tive que ir para porta de hospitais mostrando a situação alarmante, fazer matérias com pessoas que perderam parentes. Foi muito assustador e muito difícil também”, contou ela.
Ao ouvir o depoimento, Flávio Ricco compartilhou a experiência da própria família. “Eu tenho uma nora infectologista. E a tristeza que carrega pra casa é um negócio indescritível”, comentou, reforçando a dimensão do trauma vivido por profissionais da linha de frente.
Marina então revelou o episódio que, para ela, tornou aquele período ainda mais doloroso: a internação do pai. “Eu graças a Deus não perdi ninguém, mas meu pai ficou 17 dias entubado e foi naquela época que os hospitais estavam lotados”, relatou.
O diálogo destacou não apenas os desafios do telejornalismo em uma crise sanitária global, mas também a intersecção entre vida pessoal e responsabilidade profissional que marcou a rotina de milhares de jornalistas naquele período.
Em 2025, o vírus da Covid-19 continua circulando globalmente, embora com intensidade bem menor do que nos picos da pandemia. Segundo dados recentes da World Health Organization (OMS), no Brasil, por exemplo, entre janeiro e setembro de 2025 foram computados 7.114 casos graves e 1.080 óbitos. Apesar da queda relativa, especialistas alertam que o vírus permanece como uma ameaça constante, pois a mutação persiste.



