Márcia Lopes foi convidada há cerca de 1 mês para entrar no lugar de Cida Gonçalves; acusações de assédio moral pesaram na decisão para a troca ministerial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá nesta 2ª feira (5.mai.2025) com a petista Márcia Lopes para oficializar o convite ao Ministério das Mulheres. Ela substituirá Cida Gonçalves. O anúncio da troca, no entanto, deve ser oficializado somente na 3ª feira (6.mai).
Cida é acusada de assédio moral no órgão. Apesar de negar as acusações e de ser amiga da primeira-dama, Janja Lula da Silva, isso foi um dos motivos que pesou para tirá-la do comando das Mulheres. Em fevereiro, a Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou um processo contra ela.
Principal nome para substituir Cida, Márcia Lopes é assistente social e professora. É filiada ao PT desde 1982. Foi ministra de 2010 a 2011, no 2º mandato de Lula. Antes, tinha sido secretária-executiva do órgão.
A petista é também irmã do secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência (2011 a 2015) e ex-chefe de Gabinete de Lula (2003-2010). Em 2012, foi candidata à Prefeitura de Londrina (PR) pelo PT, mas ficou em 3º lugar.
Lula se reuniu com Cida na 6ª feira (2.mai), no Palácio do Planalto. O encontro durou menos de 20 minutos. A expectativa era que o chefe do Executivo sacramentasse a demissão da ministra antes do feriado do Dia do Trabalho, em 1º de Maio, mas a decisão foi postergada por causa da demissão de Carlos Lupi.
A troca das Mulheres é um avanço nas negociações para a reforma ministerial, esperada desde as eleições municipais de 2024. Lula, no entanto, tem tido dificuldades em negociar espaços no governo com partidos de centro. O petista cobra compromisso com a sua reeleição em 2026, mas as legendas aceitam, no máximo, assegurar governabilidade no Congresso até o fim do ano.
Mais uma vez, o PT será beneficiado com a nova troca no governo. Até agora, as mudanças mais recentes ocorreram na Secretaria de Comunicação Social, onde Paulo Pimenta deu lugar a Sidônio Palmeira, e na Secretaria de Relações Institucionais, com a saída de Alexandre Padilha e a entrada de Gleisi Hoffmann. Padilha, por sua vez, assumiu o Ministério da Saúde.
Também houve mudança no Ministério das Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil) foi substituído por Frederico de Siqueira, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Nesse caso, a decisão de Lula veio após Juscelino ser denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por corrupção e desvio de emendas parlamentares.
Com a saída de Cida Gonçalves, o governo petista chegará à marca de 12ª troca ministerial desde o início do 3º mandato.