O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer nesta 6ª feira (5.set.2025) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), se recusa a manter diálogo com ele sobre as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O petista declarou que não pretende insistir no contato com o republicano.

“Não passou da hora porque ele não quer conversar. É importante vocês dizerem alto e bom som: ele não quer conversar. Eu tenho [Geraldo] Alckmin [vice-presidente e ministro da Indústria], [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] e Mauro Vieira [ministro das Relações Exteriores] para conversar”, declarou em entrevista ao SBT News.

Lula afirmou que os norte-americanos estão adotando uma atitude política específica em relação ao Brasil, mas disse que permanece tranquilo.

“A carta do Trump mostra que é política. A carta do Trump se intromete no Poder Judiciário brasileiro, se intromete na soberania brasileira, se intromete na legislação brasileira. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Cada um dá palpite no seu quintal, cuida do seu galinheiro. O nosso, nós cuidamos”, declarou.

Segundo o presidente brasileiro, sua trajetória política o preparou para negociações complexas. “Olha, se tem uma coisa que eu aprendi a fazer foi negociar, e negociar com magnatas. Portanto, o dia que o Trump quiser negociar, ele tem um metalúrgico preparado para negociar com ele”, afirmou.

Lula também disse acreditar que há outras pessoas influenciando o comportamento norte-americano ao comentar sobre a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. No país desde fevereiro, o congressista tem buscado pressionar a favor da anistia.

“Essas coisas não me deixam nervoso porque eu não tomo decisão quando eu tô com 39ºC de febre. Eu espero baixar para 36ºC. A relação Brasil-Estados Unidos vai voltar à normalidade porque o povo americano e o povo brasileiro são mais inteligentes do que os presidentes”, disse.

O petista já repetiu em diferentes entrevistas e eventos que não vê disposição de Trump para uma conversa bilateral e que não considera necessário forçar o contato. Ele também reforçou que sua prioridade está em fortalecer relações com outros líderes internacionais.

TRUMP: “ESQUERDA RADICAL”

O presidente dos EUA declarou nesta 6ª feira (5.set) que o governo brasileiro mudou “radicalmente” e que “ficou muito de esquerda, esquerda radical”. Trump deu a declaração em entrevista a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

O republicano havia sido questionado sobre a possibilidade de o governo norte-americano limitar as comitivas de delegações estrangeiras que irão ao país para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), conforme noticiado pela agência de notícias Associated Press.

Eis o que respondeu Trump: “Estamos muito chateados com o Brasil, aplicamos tarifas muito altas porque eles estão fazendo uma coisa infeliz. Eu amo a população do Brasil, temos um grande relacionamento com a população do Brasil, mas o governo do Brasil mudou radicalmente. Ficou muito de esquerda, de esquerda radical, e está machucando o Brasil, estão indo muito mal, então veremos”.

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