Leia as principais declarações de Lula ao “NY Times”

O petista disse que não tem medo dos EUA, mas está preocupado; afirmou ser 20 vezes melhor que Bolsonaro e que ideologia de Trump é um problema dos norte-americanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista ao jornal dos Estados Unidos New Tork Times, publicada nesta 4ª feira (30.jul.2025). Ele disse não ter medo de Donald Trump (Partido Republicano), que prometeu tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, mas disse estar preocupado com as consequências econômicas.

Leia abaixo as principais declarações de Lula ao jornal, traduzidas do inglês para o português pelo Poder360. O Planalto ainda não divulgou a íntegra do conteúdo como foi falado originalmente, em português:

  • Vítimas da política“Eu quero dizer a Trump que brasileiros e norte-americanos não merecem ser vítimas da política, se a razão para o presidente Trump estar impondo essa tarifa no Brasil for por causa do caso contra o ex-presidente Bolsonaro”;
  • Civilidade – “Eu espero que a civilidade retorne à relação Brasil-Estados Unidos. O tom da carta [de Trump] é de alguém que definitivamente não quer conversar”;
  • Sem medo – “Não tem razão para ter medo. Eu estou preocupado, obviamente, porque nós temos interesses econômicos, políticos e tecnológicos. Mas em nenhum momento o Brasil vai negociar como se fosse um país pequeno contra um país grande. O Brasil vai negociar como um país soberano”;
  • Meio-termo – “Na política entre 2 países, a vontade de nenhum deve prevalecer. Nós sempre precisamos encontrar o meio-termo. E isso não é conseguido estufando o peito e prometendo coisas que não podemos entregar, nem abaixando a cabeça e simplesmente dizendo ‘amém’ para tudo que os Estados Unidos quiserem”;
  • Briga política“Eu acho que é importante que o presidente Trump considere. Se ele quer ter uma briga política, vamos tratar como uma briga política. Se ele quer conversar sobre o comércio, vamos sentar e discutir o comércio. Mas nós não podemos misturar as coisas”;
  • Melhor que Bolsonaro – “Eu, honestamente, não sei o que Trump ouviu sobre mim. Mas se ele me conhecer, saberá que eu sou 20 vezes melhor [que Bolsonaro];
  • Tem quem queira – “Se os Estados Unidos não querem comprar algo de nós, nós vamos procurar alguém que queira”;
  • Sem Guerra Fria – “Nós temos uma relação comercial extraordinária com a China. Se os Estados Unidos e a China querem uma Guerra Fria, nós não vamos aceitar. Eu não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim, para quem pagar mais”;
  • Ideologia de Trump – “Nem meu pior inimigo pode dizer que eu o Lula não gosta de negociar. Eu aprendi política negociando. Eu não tenho nada contra a ideologia de Trump. O Trump é um problema para os norte-americanos lidarem. Eles votaram nele. Fim de papo. Eu não vou questionar o direito soberano do povo norte-americano, porque eu não o quero questionando o meu”;
  • Sem subserviência – “Claro que estamos tratando o tema [tarifa] com a maior seriedade, mas seriedade não requer subserviência […] Eu trato todos com muito respeito, mas eu quero ser tratado com respeito também”;
  • Poder dos EUA – “Nós sabemos do poder econômico dos Estados Unidos, nós reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, nós reconhecemos o tamanho tecnológico dos Estados Unidos […] Mas isso não nos assusta, nos deixa preocupados”;
  • Democracia sagrada – O Estado democrático de Direito é uma coisa sagrada para nós […] porque nós já vivemos ditaduras e não queremos mais isso”;
  • Nada de ultimato – “Quando você tem uma divergência comercial, uma divergência política, você pega o telefone, marcar uma reunião, você conversa e tenta resolver o problema. O que você não faz é taxar e dar um ultimato”;
  • Fim do ganha-ganha – “Nós vamos sair de uma relação diplomática de 201 anos de ganha-ganha, para uma relação política de perde-perde”;
  • Ninguém quer conversa – “O que está impedindo [o diálogo] é que ninguém quer conversar […] Todo mundo sabe que eu pedi para que um contato fosse feito”;
  • Sanções ao judiciário – “Se o que você está me contando é verdade, é mais sério que eu imaginava. A Suprema Corte de um país tem que ser respeitada não só pelo seu próprio país, mas deve ser respeitada por todo o mundo”.

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