A embaixada da Índia na China informou nesta 4ª feira (23.jul.2025) que voltou a autorizar a emissão de vistos de turismo para os chineses. O país havia bloqueado a aprovação do documento em 2022.

A restrição da emissão de vistos foi uma retaliação depois que o governo chinês impediu, em 2022, o retorno de cerca de 20.000 indianos que estudavam no país. A justificativa foi de que a China enfrentava efeitos da pandemia de covid-19, o que impossibilitava a volta dos estudantes naquele momento.

A decisão de voltar a emitir vistos para turistas chineses se dá em um momento em que os 2 países mais populosos do mundo negociam a reconstrução de suas relações bilaterais depois de anos de conflitos diplomáticos e militares.

Os países são integrantes do Brics, mas não estão em bons termos desde 2020. Nesse ano, confrontos militares escalaram entre as duas nações em Ladaque, que faz fronteira com o Tibete. 

Outro desconforto na relação entre Índia e China é que Pequim é o principal aliado militar do Paquistão, com quem os indianos também travam conflitos militares. Em 2025, os paquistaneses usaram jatos chineses para combater as forças indianas.

Apesar do histórico recente, os países asiáticos querem voltar a se sentar na mesma mesa para discutir parcerias e estratégias. 

Na semana passada, o governo chinês informou que tem interesse em se aproximar da Índia. A Rússia, aliada dos 2 países, é quem articula essa aproximação. A ideia dos russos é reviver o fórum RIC (Rússia-Índia-China), que não é realizado desde 2020.

Segundo os chineses, a geopolítica atual com a fragmentação impulsionada por medidas protecionistas deve ser um vetor de união para as duas maiores economias da Ásia. 

“A cooperação China-Rússia-Índia não é só do interesse dos 3 países, mas também propícia à paz, à segurança, à estabilidade e ao progresso regionais e até globais. A China está disposta a manter contato com a Rússia e a Índia para promover a cooperação China-Rússia-Índia”, disse um porta-voz do governo chinês na semana passada.