Por Jurana Lopes e Talita Motta
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF), lançou nesta quinta-feira (12), no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), o Programa de Redução de Infecção de Sítio Cirúrgico (PRISC). O objetivo é diminuir complicações pós-operatórias e promover uma recuperação mais rápida e segura aos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos.
Idealizado pelo infectologista Julival Ribeiro, chefe do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NUCIH) do Hospital de Base (HBDF), o programa vem despertando interesse de profissionais e instituições de saúde de outros estados, que já buscam replicar a iniciativa.
“Fomos convidados a falar sobre o PRISC em várias regiões do Brasil. Essas medidas simples, sem custos adicionais, podem ser implementadas em qualquer unidade do SUS. A segurança do paciente deve estar sempre em primeiro lugar”, destaca Julival.
Ações integradas para resultados concretos
O PRISC reúne ações coordenadas de prevenção, capacitação e monitoramento. Entre as principais medidas estão a prevenção pré-operatória eficiente, técnicas cirúrgicas seguras, uso adequado de antibióticos profiláticos, controle da temperatura corporal e glicemia, além de boas práticas no cuidado pós-operatório, tanto por parte das equipes quanto dos próprios pacientes.
Os objetivos são ambiciosos: reduzir o índice de infecções e o tempo de internação. “Nosso desafio é reduzir em 30% a taxa de infecção cirúrgica do hospital no período de seis meses, ou seja, até dezembro”, explica o infectologista do HRSM, Daniel Pompetti.
Troca de experiências e compromisso institucional
Julival Ribeiro destaca que o programa é resultado de mais de um ano de trabalho, com apoio de especialistas internacionais, incluindo o cirurgião Atul Gawande, da Universidade de Harvard e da USAID, que esteve no Hospital de Base e que já aplicou estratégias semelhantes com sucesso na África.
Durante o lançamento no HRSM, os gestores assinaram um painel em compromisso com a implementação do PRISC. Para a superintendente da unidade, Eliane Abreu, é essencial que todos se vejam como “agentes de mudança”.
“A infecção não é um problema só do controle hospitalar, mas de quem a produz. O maior benefício do PRISC é entregar o paciente em melhores condições e prevenir infecções evitáveis”, afirma.
A chefe do NUCIH do HRSM, Aldyennes Carvalho, comemora o lançamento oficial do projeto, que é resultado da parceria iniciada em 2024 entre os Núcleos de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital de Base e do HRSM. Segundo ela, é um marco na trajetória de fortalecimento das práticas de segurança do paciente.
“Com essa iniciativa, o HRSM reafirma seu compromisso com a qualidade assistencial, adotando estratégias baseadas em evidências para a redução de infecções e a promoção de um cuidado cada vez mais seguro e eficiente”, avalia.
Medidas simples, impacto significativo
A enfermeira Érica de Souza, do Centro Cirúrgico, acredita que o PRISC é uma ferramenta importante para evitar intervenções adicionais e garantir maior segurança ao paciente. “São medidas fáceis de aplicar no dia a dia, sem custo adicional e que salvam vidas”, reforça.
Já Jirlane Gomes, enfermeira do Centro Cirúrgico Obstétrico, ressalta o trabalho conjunto com o NUCIH para garantir cuidados como higienização das mãos e superfícies, banho pré-operatório, uso correto de antissépticos e o respeito ao tempo necessário de ação dos produtos antes da incisão. “Essas ações, quando aplicadas corretamente, reduzem significativamente os riscos de infecção”, completa.