Governo Lula questionou hotéis da COP30 sobre preços abusivos

Braço do Ministério da Justiça, Senacon investiga reajustes desleais e disponibilidade de leitos; evento em Belém será em novembro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), questionou formalmente 24 estabelecimentos de hospedagem, em junho de 2025, sobre detalhes das tarifas praticadas para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). A ideia é averiguar se há possíveis “práticas abusivas” em relação aos preços das diárias ofertadas a delegações.

No documento, havia perguntas sobre preços em anos anteriores, justificativa para aumentos maiores que 50% e a taxa de ocupação para a época do evento. Eis a íntegra da notificação (PDF – 210 Kb).

Segundo a Senacon, braço do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os ofícios enviados têm “caráter preventivo e visam apurar possíveis práticas abusivas e aumentos atípicos nos preços de diárias no contexto da realização da COP30”.

A secretaria também requisitou contratos firmados com parceiros para a COP30 e também “explicitar os custos operacionais específicos ou extraordinários que jusfiquem eventual reajuste” para o período do evento.

Caso as entidades hoteleiras não respondam à notificação dentro do prazo, estarão sujeitas a sanções com base no Código de Defesa do Consumidor. As penalizações podem ser multas relativas à gravidade do ato analisado, além do órgão incluir o hotel no Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas -uma lista de maus prestadores de serviços.

Como mostrou o Poder360, ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) classificou a notificação da Senacon como um “pedido esdrúxulo” do governo Lula.

Segundo o presidente da ABIH, Tony Santiago, as “ameaças” do governo para interferir nas negociações entre delegações e estabelecimentos de hospedagem têm o “único propósito de prejudicar o andamento das negociações”.

Sobre a notificação, a Senacon diz que “reafirma seu compromisso com a legalidade e com a proteção dos direitos dos consumidores, especialmente em eventos de grande porte e impacto internacional, como é o caso da COP 30”.


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