A atividade de jogos de azar rendeu R$ 1,26 bilhão para a Receita Federal em setembro; Haddad quer aumentar a carga tributária do setor
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrecadou R$ 6,85 bilhões de janeiro a setembro de 2025 com jogos de azar e casas de apostas conhecidas como bets. A Receita Federal divulgou os dados nesta 5ª feira (23.out.2025).
Em setembro, a atividade rendeu R$ 1,26 bilhão para o governo. Leia a íntegra do relatório (PDF – 3 MB) e da apresentação (PDF – 680 kB) do Fisco.
Em 8 de outubro, a Câmara dos Deputados rejeitou a MP do IOF (1.303 de 2025) e o texto perdeu validade. A medida provisória aumentava de 12% para 18% a taxação sobre o GGR (Gross Gaming Revenue), que é a receita obtida pelas casas de apostas com os jogos feitos subtraída pelo prêmio pago aos apostadores.
A equipe econômica do governo esperava arrecadar R$ 1,98 bilhão até o fim de 2026 com a cobrança adicional, sendo R$ 285 milhões em 2025 e R$ 1,7 bilhão em 2026. O mercado das bets tem regulamentação válida desde 1º de janeiro deste ano.
TAXAÇÃO DE BETS
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai encaminhar ao Congresso um projeto de lei para aumentar a carga tributária sobre bets. O Planalto faz uma campanha nas redes sociais para criticar as empresas de apostas esportivas.
O presidente da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), Plínio Lemos Jorge, classificou como “sanha arrecadatória” a tentativa do governo de instituir uma cobrança retroativa sobre as empresas de apostas.
O objetivo do Litígio Zero Bets (Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária) é repor a frustração de receita extra no Orçamento. Dentro do governo, a avaliação é que, mesmo sendo um aumento de imposto, pegaria mal para a oposição ou para o Centrão votar contra a proposta.
O programa de conformidade se dá a partir da repatriação de valores enviados ao exterior até 31 de dezembro de 2024, antes de o mercado regulado entrar em vigor. Haverá uma cobrança de 15% de Imposto de Renda sobre ganhos de capital (lucros) e uma multa de 100% sobre o imposto apurado.
O potencial arrecadatório é de R$ 5 bilhões, segundo o ministro da Fazenda.
O Poder360 realizou na 3ª feira (21.out) e na 4ª feira (22.out) um seminário sobre o mercado das bets no Brasil. Leia as reportagens:
- Taxação elimina pequenas bets e favorece ilegalidade, dizem advogados;
- “A regulação do setor deve priorizar a saúde mental”, diz diretor da Ebac
- “O operador ilegal não paga imposto”, diz presidente da Abrajogo
- Loterias estaduais defendem operação e falam em papel social
- “Percebo o desafio de explicar o que é e-sports”, diz executivo da Oddin.gg
- Bets falam em intensificar proteção a apostador para evitar vício
- Brasil ainda tem preconceito com apostas, diz sócio da Pay4Fun
- “Brasil tem uma das melhores regulações”, diz secretário de apostas
- “Regulamentação foi muito sonhada”, diz CBO da EstrelaBet
- “Foco é reduzir o mercado ilegal”, afirma presidente da ANJL
- “Precisamos trazer luz e regras ao setor de jogos”, diz diretora da Stake
- Secretário diz receber relatos de atletas de futebol apostando em jogos
- Bets chamam de “sanha arrecadatória” chance de cobrança retroativa
- “Regras formalizam o jogo responsável”, diz a CEO da Control F5
- “Brasil precisa legalizar e regular o jogo”, diz presidente do Jogo Legal
- “Defendo financiar o Estado sem aumento de impostos”, diz deputado
- Marco legal de loterias asseguraria autonomia financeira a municípios
- “Trazer o jogo para a luz da lei já foi um avanço”, diz Irajá
- Entidades pedem trabalho educativo sobre apostas com atletas de futebol
- “O Rio saiu à frente e criou jogo responsável”, diz presidente da Loterj
- Legalizar cassinos eleva turismo e arrecadação, dizem especialistas
- Jogadores não recebem nada das bets, diz presidente da Fenapaf