EUA e China aplicam taxas portuárias recíprocas

Medidas atingem navios ligados aos 2 países e ampliam disputa no comércio marítimo global

Os Estados Unidos e a China começaram nesta 3ª feira (14.out.2025) a cobrar taxas portuárias adicionais sobre embarcações vinculadas ao outro país. As medidas refletem o aumento das disputas entre as duas maiores economias do mundo e levantam o risco de novas distorções no comércio marítimo global.

As tarifas norte-americanas atingem navios operados, construídos ou registrados sob bandeira chinesa. Em resposta, a China cobra taxas especiais sobre embarcações de propriedade, operação, construção ou bandeira dos EUA.

Analistas citados pela agência Reuters afirmam que a disputa “prende as duas economias em uma espiral de tributação marítima que ameaça distorcer os fluxos globais de carga”.

O governo dos EUA havia anunciado suas taxas em 2 de outubro como parte de um esforço para “reduzir o domínio da China sobre a indústria marítima mundial” e incentivar a construção naval doméstica.

A estatal chinesa Cosco Shipping Holdings é uma das empresas mais expostas às novas tarifas. Estimativas da consultoria Clarksons indicam que a cobrança pode afetar cerca de 13% dos petroleiros, 11% dos navios de contêineres e 15% da capacidade global de transporte de petróleo.

Pequim também impôs sanções a empresas estrangeiras associadas ao setor naval e abriu uma investigação sobre práticas consideradas discriminatórias. Em comunicado, o Ministério do Comércio declarou: “Se os Estados Unidos escolherem o confronto, a China verá isso até o fim; se escolherem o diálogo, a porta continuará aberta.”

Especialistas ouvidos pela Reuters afirmam que a disputa amplia a incerteza em rotas comerciais vitais e pode provocar novos reajustes nos custos de transporte marítimo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), anunciou na 6ª feira (10.out.2025) a imposição de tarifas de 100% sobre produtos da China. A medida entra em vigor a partir de 1º de novembro e sobrepõe todas as taxas atualmente cobradas a itens importados do país asiático. Segundo o republicano, é uma resposta à decisão de Pequim de realizar controles de exportações sobre a maioria de seus produtos. Na rede social Truth Social, Trump disse querer “ajudar a China, não prejudicá-la”.

Na 2ª feira (13.out), o governo da China reforçou que aplicará medidas retaliatórias contra os EUA. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, declarou que os norte-americanos descumpriram o acordo costurado entre Trump e o líder Xi Jinping em setembro. Afirmou que os EUA devem voltar atrás da nova taxa para resgatar a boa relação entre os governos. No mesmo dia, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que a relação entre os países é boa e que a tarifa de 100% não precisa acontecer.


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