Espero que esteja bem

Aliás, quando foi a última vez que alguém te perguntou isso de verdade? Não por educação, não porque precisava de algo em troca, mas só para saber como você está. É raro. Raríssimo. A gente já se acostumou a ouvir o “como você está?” vindo acompanhado de cobranças, tarefas, urgências.

Existem dois jeitos de perguntar. O primeiro é aquele automático, que sai junto com o “bom dia” e não espera resposta. Esse todo mundo conhece. O segundo é diferente: demora meio segundo a mais, abre espaço, dá tempo para respirar e responder com calma. Esse não é só palavra, é presença. É sincero porque pede verdade.

Só que perguntar de verdade exige disposição. E ouvir pode ser pesado. Nem sempre a resposta vem leve, nem sempre vem com sorriso. Mas é justamente aí que mora o cuidado: no espaço de acolher o que o outro traz, sem pressa de resolver.

Eu mesma aprendi cedo a responder “estou bem”, não importava como eu realmente estivesse. Minha mãe sempre dizia isso. Talvez por proteção, talvez porque nunca se sabe qual é a real intenção de quem pergunta. Cresci repetindo o mesmo. Hoje entendo que esse “estou bem” tantas vezes é só um escudo. É silêncio. É dizer o mínimo para não abrir a ferida. O problema é que, quando todo mundo responde sempre “estou bem”, ninguém acessa a verdade do outro. Ficamos todos trancados, esperando que alguém pergunte de novo — mas com paciência e cuidado.

É comum culpar a tecnologia: o celular, o computador, as redes sociais. Mas, se a gente for sincero, a culpa não é das ferramentas. Está em nós. Somos nós que deixamos de ter atitude, que paramos de ser curiosos pelo outro.

Perguntar exige iniciativa. Pede paciência e, às vezes, coragem. Porque quando a gente pergunta de verdade, pode ouvir algo que não queria. E aí precisa sustentar. Mas se não fazemos isso, o que sobra são conversas rasas, conexões de fachada, interações que só passam pela superfície.

Agora, em setembro, todo mundo fala sobre autocuidado e saúde mental. E talvez esse seja um bom momento para transformar o discurso em prática. Que tal começar um exercício simples? Pense em cinco pessoas da sua vida e pergunte a cada uma delas, de verdade: “como você está?”. Sem pressa, sem cobrança, só com interesse real.

Pode parecer pouco, mas esse gesto abre caminhos para vínculos que às vezes estavam adormecidos. É uma forma de lembrar que o cuidado começa no básico: estar presente e mostrar que o outro importa.

Perguntar com verdade é prática. É um gesto. Não adianta usar uma fita amarela se a gente não aprende a ser presença real na vida do outro. É olhar no olho, mandar uma mensagem sem urgência, ligar sem pauta, e realmente querer se importar: “Você está bem?”.

No fim, a gente complica, mas talvez seja simples. É resgatar o hábito de se interessar. É dar tempo para ouvir a resposta qualquer que seja.

E sabe, quando alguém pergunta de verdade como você está, é quase como um lembrete: você existe além das suas tarefas. Você é mais do que prazos, entregas e cobranças. Você é uma pessoa. E eu quero saber como você está.

Pensar com Arte é pensar como você está. 

Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.

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