Entenda por que torcidas organizadas engrossam protestos na Argentina

Manifestações de aposentados ganharam apoio após idoso com camisa de clube ser agredido pela polícia; frases de Maradona embalaram adesão

Aposentados argentinos realizam protestos semanais em frente ao Congresso há meses para reclamar da perda de poder aquisitivo. Na 4ª feira (12.mar.2025), centenas de torcedores de clubes como River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing, San Lorenzo, Vélez e Huracán se juntaram ao ato.

Os manifestantes atiraram pedras e outros objetos contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes. Duas viaturas foram incendiadas, assim como contêineres de lixo. No Congresso, uma sessão foi suspensa após discussões e agressões entre deputados governistas e opositores.

Causas dos protestos

Os protestos começaram devido a cortes nos gastos públicos promovidos pelo presidente Javier Milei, que afetaram especialmente os aposentados. O reajuste das aposentadorias ficou abaixo da inflação, e o acesso a medicamentos gratuitos foi reduzido. Inicialmente pacíficas, as manifestações se tornaram mais intensas, com confrontos recorrentes com a polícia.

Entrada de torcedores

A presença de torcedores organizados começou após um idoso, identificado com a camisa do Chacarita Juniors, ser agredido por policiais. O episódio gerou mobilização nas redes sociais, incentivando a participação de torcedores de diversos clubes na manifestação de 4ª feira (12.mar).

Redes sociais e Maradona

Nas redes sociais, usuários também impulsionaram o protesto com frases do ex-jogador Diego Maradona, que defendia publicamente os aposentados. Mensagens viralizaram citando o ex-atleta, que morreu em 2020.

Resposta do governo

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, declarou que a manifestação representou “uma gravidade incomum” e anunciou medidas para impedir a entrada nos estádios de participantes de atos violentos. Segundo Bullrich, os aposentados podem protestar, mas sem bloquear vias públicas, o que é proibido pelo “protocolo antipiquetes” implementado pelo governo.


source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *