Neste domingo, Manoel Marins, pai de Juliana Marins — a jovem brasileira que morreu após uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia — publicou uma homenagem comovente à filha nas redes sociais. Na foto, tirada no Castelo de São Jorge, em Lisboa, Juliana aparece sorridente ao lado da irmã, Mariana; da mãe, Estela; e do próprio Manoel.
“É assim que nos lembraremos de você, Ju. Viajando e sorrindo conosco”, escreveu o pai sobre a imagem,
No texto publicado neste domingo, Manoel relembra as muitas viagens que a família fez unida, desde quando as filhas eram pequenas. Ele conta que os passeios começaram de carro, com hospedagens simples e refeições em redes de fast food, porque o que importava era estarem juntos.
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“Visitamos todas as capitais do Nordeste, além de lugares como Gramado, Jalapão, Lençóis Maranhenses e Bonito. Sempre juntos, sempre unidos, sempre sorridentes”, escreveu. “Lembro das lágrimas de emoção da Juju ao visitar o Castelo de São Jorge em Lisboa, da sua alegria na Catedral de Notre Dame, na Praça de São Pedro.”
Segundo o pai, Juliana herdou dos pais não só o amor pelas estradas, mas a intensidade no viver. Em um trecho do texto, ele cita o cantor Belchior: “Como dizia Belchior, viver é melhor que sonhar. E viver intensamente é melhor ainda.”
“Minha menina, em seus poucos 26 anos de vida, viveu mais do que muitos com o dobro ou o triplo da sua idade”, escreveu Manoel. “Ju, lembrarei sempre do teu sorriso, das tuas tiradas espirituosas, do teu carinho. E, como sempre te disse, continuo aqui para você.”
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A publicação, feita neste domingo, foi recebida com grande comoção nas redes sociais. Amigos, conhecidos e desconhecidos deixaram mensagens de carinho e solidariedade, muitos lembrando da alegria, coragem e liberdade com que Juliana parecia encarar a vida.
O acidente
Desde a sexta-feira, 20 de junho, às 19h no horário do Rio — 6h de sábado na Indonésia —, a vida de Juliana passou a ficar por um triz. Aos 26 anos, a publicitária sofreu uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani.
Dois dias depois, Mariana, irmã de Juliana com a ajuda de amigos, criou um perfil nas redes sociais que mobilizou uma multidão. Mas o pior ainda estava por vir. Juliana sofreu mais duas quedas. A forte neblina que cobria a montanha a fez sumir. Quando reapareceu, já não se mexia mais. Peritos dizem que a morte foi causada por um trauma torácico grave decorrente da queda. No entanto, eles não precisam quando ela morreu. A família também questiona a lentidão no resgate e aponta “circunstâncias estranhas”: a mochila de Juliana foi encontrada na trilha e ela estava sem o casaco.
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Manoel, de 64 anos, e Estela Marins, de 63, são de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Vindos de famílias humildes, construíram suas vidas com esforço e estudo. Manoel formou-se em Odontologia; Estela, em Biologia. Juntos, trocaram a cidade onde se conheceram pelo Méier, no subúrbio do Rio — bairro onde as filhas passaram parte da infância. Ainda assim, Juliana fazia questão de dizer que era “cria de Niterói”, para onde se mudaram.
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