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Uma acusação de racismo marcou o confronto entre Capital e J5, na manhã do último sábado (7/6), no CT Ninho do Periquito, no Gama, em um torneio infantil. Segundo o pai da vítima – um atleta da categoria sub-9 do Tricolor Candango – a mãe de um dos adversários teria xingado a criança de “macaco gordo” e outras ofensas de cunho racistas. A reportagem do Distrito do Esporte entrou em contato com a defesa da acusada, que negou as acusações de imediato. O caso foi registrado na Polícia e será investigado pela 14ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), do Gama.
Marcos Alberto, de 34 anos, é pai do menor, jogador do sub-9 do Capital – que não terá o nome divulgado pela reportagem. A equipe enfrentava o J5, pelo Campeonato Champions em Outro Patamar. O responsável pelo garoto conta que a confusão iniciou após o filho usar o corpo para proteger uma bola na linha de fundo e derrubar o adversário. “Foi quando essa mulher começou a chamar ele de macaco gordo e falando para esse preto sair daí. Alguns outros pais escutaram, e a mãe do goleiro do J5, uma peça chave de tudo isso, foi quem falou pro treinador do time do meu filho”, contou o responsável à reportagem do Distrito do Esporte. De acordo com ele, outros atletas, no banco de reservas, também teriam escutado as ofensas racistas.
Após o término do confronto, Marcos conversou com outros presentes e buscou entender o ocorrido. Quando a suposta agressora apareceu, as crianças teriam feito um ‘burburinho’ e apontaram para a moça. Eles diziam que era ela a autora das ofensas. “Meu filho foi falar com ela e perguntou: por que você fez isso? Ela disse ‘falei mesmo!’ e subiu o tom com meu filho. Eu falei que ele tinha pai e que ela iria sair dali presa, detida. Outros pais vieram para cima de mim por pensarem que eu estava ofendendo ou que queria bater nela.”, esclareceu à reportagem.
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Para conter a confusão, a suposta agressora teria sido levada para dentro de campo. Marcos Alberto conta que neste momento descobriu que essa mulher era esposa de um membro da comissão técnica do J5 – que estava em campo com outra categoria. “O organizador da competição conversou comigo e disse que tinha tentado conversar com ela (agressora), mas que não tinha conseguido, pois estava alterada. Quando acabou o jogo de outra categoria, eles (equipe do J5) foram embora, fizeram um cordão entre os professores e ela passou do lado.”
De acordo com Marcos, a polícia demorou mais de duas horas para chegar até o CT. Ele foi até a Polícia Civil para registrar o boletim de ocorrência. O Capital tomou conhecimento do fato por meio do responsável do atleta e publicou uma nota oficial no Instagram; confira na íntegra:
O que diz o outro lado
A reportagem entrou em contato com a acusada por meio do advogado da família, autor de uma nota de posicionamento. No texto, ele ressalta que a mulher não era mãe de nenhum atleta, e sim noiva do treinador do J5, Davi Jesus. Ao término do jogo, ela se dirigiu ao campo e teria sido surpreendida com a acusação de injúria. Segundo o pronunciamento assinado pela defesa da acusada, Marcos Alberto (pai da suposta vítima) não tinha presenciado os fatos e estava desorientado.
Conforme o advogado, Marcos Alberto teria cuspido várias vezes no rosto de Davi Jesus, por ele tentar proteger sua companheira de ser agredida. A nota ressalta que a acusada não teria proferido qualquer palavra, ofensa ou expressão discriminatória e repudiou qualquer forma de racismo ou preconceito. Leia a nota de defesa na íntegra:
– Na condição de Advogado de L*****, venho a público manifestar seu posicionamento diante das acusações infundadas que vêm sendo divulgadas a seu respeito.
L***** é uma mulher parda, conhecida por sua postura respeitosa e pela dedicação às causas que envolvem juventude, fé e inclusão. Ela é líder de jovens em sua igreja evangélica, onde atua com adolescentes de diferentes origens sociais e étnicas, promovendo diariamente o respeito, o diálogo e a convivência harmoniosa entre todos.
Durante um evento esportivo infantil, no qual acompanhava seu noivo — um treinador negro — L*****assistiu à partida no campo Il e ao terminar, dirigiu-se com o time de noivo ao Campo III, onde foi surpreendida com uma acusação de injúria racial.
A denúncia, feita por um pai que não presenciou os supostos fatos, o qual, estando desorientado, cuspiu por várias vezes o rosto do Treinador Davi, por este tentar impedi-lo de agredir a jovem L*****. O senhor de nome desconhecido, afirmava que seu filho teria sido chamado por termos racistas. L***** nega veementemente ter proferido qualquer palavra, ofensa ou expressão discriminatória, e reafirma seu total repúdio a qualquer forma de racismo ou preconceito.
Importante destacar que L***** não é mãe de nenhuma das crianças envolvidas no jogo e acompanhava a equipe apenas como apoiadora do trabalho do noivo. O time que ela assiste e apoia é formado por crianças de diferentes etnias, o que reforça ainda mais a incoerência das acusações feitas contra ela.
Lamentamos profundamente que uma acusação tão grave tenha sido feita de forma precipitada, sem qualquer prova ou testemunho direto. A exposição indevida da imagem de L***** tem causado sofrimento pessoal, trabalhista, familiar e comunitário, especialmente por contrariar tudo o que ela representa em sua vida pública e privada.
Há provas e testemunhas de que as acusações são inverídicas, e que o acusador se dirigiu a outro ambiente 40 minutos após o jogo de seu filho, agindo violentamente contra uma mulher que nem sequer sabia do que se tratava.
Estamos confiantes de que a verdade será restabelecida e tomaremos todas
providências legais cabíveis para defender sua honra e reparar os danos que já vêm sendo causados. –
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