Clientes que sugam sua energia: até onde vale a pena?
Nem venha dizer que nunca sentiu isso. E também não entende por quê. Toda reunião com aquela devida pessoa, seu corpo cansa, dá sono, e você entra num processo desgastante, com vontade de desistir de dar a atenção para o cliente que acabou de fechar um contrato de seis meses.
Passa o primeiro mês e você se pergunta se aguenta o segundo.
E do nada, tudo começa a fluir como se nada tivesse acontecido. Será que foi apenas um processo de reconhecimento entre territórios desconhecidos? Será que as energias não se batiam porque não havia ainda uma compatibilidade de raciocínio que, aos poucos, começou a afinar?
Talvez. Pode ser isso, ou as duas coisas.
E é aí que está o ponto central de quem decide empreender e, logo depois, estruturar uma empresa com seus departamentos: lidar com gente o tempo inteiro requer uma força emocional e espiritual muito bem cuidada, protegida e, principalmente, consciente.
Manter o seu dia e o da equipe equilibrados e felizes é, de fato, um desafio diário.
Não culpo as frases de coach quando dizem “seja melhor a cada dia”. Às vezes, essa repetição de autoajuda é o que nos lembra de que ainda dá pra tentar ser melhores, mesmo quando ninguém reconhece o esforço.
Porque empreender é, muitas vezes, admitir erros que não foram seus, só para que a verdade apareça com menos ruído.
E ainda torcer pra ouvir um “desculpe se me precipitei”, que talvez nunca venha.
Mas o que ninguém te conta é que esse tipo de cliente, o que suga a tua energia, nem sempre é uma pessoa “ruim”.
Muitas vezes é alguém que está tão sobrecarregado, tão pressionado por seus próprios medos, que despeja tudo em cima de quem ele contratou para resolver seus problemas.
É o empresário que não sabe o que quer, mas quer o resultado, o gestor que não confia no processo, mas quer a transformação, o cliente que diz “faz o que quiser”, mas critica tudo o que é feito.
E a gente, que vive do intangível, precisa entender o limite entre ser compreensivo e ser sugado.
Trabalhar com marketing, criação, estratégia ou qualquer área que envolva relações humanas é como entrar em campo aberto, cheio de expectativas invisíveis e egos camuflados.
A gente aprende a ouvir o que não é dito. A sentir a pausa entre um “tudo bem” e o que realmente não está.
E é aí que mora o perigo: quando passamos a normalizar o cansaço emocional como parte do trabalho.
É preciso dizer: não é normal sair de uma reunião drenado.
Não é normal sentir culpa por querer se afastar de alguém que te tira o brilho, mesmo pagando bem.
E, principalmente, não é sustentável acreditar que todo cliente precisa ser salvo.
Nem todo cliente é pra você, e isso não é soberba, é sabedoria.
Porque o cliente certo não tira tua energia, ele te faz criar.
Ele te provoca de forma saudável, te desafia a pensar diferente, mas te respeita.
Com ele, o tempo passa mais rápido, o diálogo flui e o resultado vem porque há confiança, e não cobrança.
Aprender a identificar essa diferença é uma das maiores maturidades de quem trabalha com marketing, consultoria ou qualquer negócio que envolva pessoas.
E sim, às vezes o maior aprendizado vem do desgaste.
É quando você entende que dizer “não” é também uma forma de proteger o seu melhor: a tua energia criativa.
No fim das contas, o cliente sugador de energia é um espelho.
Ele mostra até onde você está disposto a ir pra provar o seu valor.
Mostra o quanto você já aprendeu a estabelecer limites, e o quanto ainda tenta agradar pra não perder um contrato.
Mas os contratos se renovam, até porque a energia, quando gasta demais, demora a voltar.
E o preço de um cansaço acumulado é sempre mais alto do que o valor de um projeto encerrado.
Por isso, se um cliente te esgota, te drena, te faz duvidar do que você ama fazer, talvez o problema não seja ele.
Talvez seja o momento de escolher a quem você entrega o seu melhor.
Porque no fim, o sucesso de uma empresa não é apenas sobre faturar mais,
é sobre manter viva a vontade de continuar criando.
E essa vontade só floresce quando a gente decide não vender a própria paz por um contrato, não é verdade?
Pensar com Arte é Pensar Diferente.
Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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