Casa de Papel: vítimas pagavam por imóveis que nunca existiram em esquema de fraude no DF e entorno


A Operação Casa de Papel, que desarticulou um grupo criminoso envolvido em fraudes milionárias em financiamentos imobiliários, foi deflagrada pela Polícia Federal nesta terça, 11. As investigações tiveram início em 2022, a partir de uma comunicação da Caixa Econômica Federal (CEF), e apontam que os suspeitos teriam obtido ilegalmente cerca de R$ 1,8 milhão por meio de contratos fraudulentos.

Segundo a PF, os investigados utilizavam uma empresa de fachada no setor da construção civil para vender imóveis fictícios. O esquema contava com a participação de um fiscal de obras, que aprovava processos de habite-se falsificados junto à Prefeitura. Esses documentos eram posteriormente averbados em cartório, tornando os imóveis inexistentes formalmente aptos a financiamentos habitacionais.

Os criminosos, então, solicitavam os financiamentos junto à Caixa, fraudando os processos de vistoria para garantir a liberação dos recursos. As vítimas acreditavam estar adquirindo imóveis legítimos, mas nunca recebiam as propriedades. A investigação identificou, até o momento, 17 contratos suspeitos.

Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais dos investigados. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores nas contas dos suspeitos, até o limite do montante fraudado.

A PF apura o envolvimento de outras pessoas no esquema e a existência de contratos adicionais fraudulentos. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato qualificado contra instituição financeira, fraude em financiamento e uso de documento falso.

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