Barroso redistribui caso INSS e Mendonça vira relator

Decisão atende manifestação da PGR após Toffoli centralizar inquéritos sobre esquema bilionário de descontos fraudulentos

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, determinou nesta 2ª feira (25.ago.2025) que as investigações sobre o caso INSS fossem redistribuídas ao ministro André Mendonça.

A decisão se deu depois de sorteio, em resposta a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), que havia contestado a relatoria anterior de Dias Toffoli.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou parecer ao STF na 6ª feira (22.ago) defendendo que não existia prevenção de Toffoli para o caso. Depois da manifestação, Toffoli enviou o processo à presidência da Corte, que determinou a livre distribuição por sorteio.

“Prevenção” é um conceito jurídico que significa que um magistrado pode ficar com a relatoria de um processo por já conduzir outro caso ligado ao tema. No episódio do INSS, Toffoli se declarou “prevento” e, por isso, assumiu a ação sem passar pelo sorteio.

A mudança reverte decisão de Toffoli, que em junho de 2025 assumiu a relatoria e centralizou todos os inquéritos sobre descontos fraudulentos no INSS. A concentração dos processos da Operação Sem Desconto no gabinete de Toffoli incomodou a Polícia Federal e o Ministério Público.

Esquema bilionário revelado

A PF deflagrou em 23 de abril de 2025 a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. 

A investigação revelou que associações de aposentados cadastravam beneficiários fraudulentamente, com assinaturas falsificadas, para descontar mensalidades diretamente nos pagamentos do INSS. O esquema movimentou bilhões de reais.

Em julho, Toffoli homologou acordo para garantir devolução dos valores desviados, decidindo que as despesas com ressarcimento não seriam contabilizadas no limite do arcabouço fiscal.

CORREÇÃO

25.ago.2025 (21h19) – Diferentemente do que a versão anterior do texto informava, Toffoli assumiu a relatoria e centralizou todos os inquéritos sobre descontos fraudulentos no INSS em junho de 2025, e não em junho de 2024. 


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