“Ah, como é bom empreender”, disse aquele que gravava vídeos nas redes sociais. Assim que finalizou a gravação, sentou no sofá. O sorriso que estava estampado no rosto se desmanchou em segundos. Levou as mãos ao rosto, respirou fundo e percebeu o silêncio pesado do apartamento.
Havia dias que ele não via o filho. A mãe sempre ligava, mas ele nunca atendia. No canto da sala, uma pilha de roupas esperava há semanas para ser lavada.
“Coisas que ninguém conta e você precisa aprender se quiser empreender”… pensou, imaginando a frase de abertura do próximo vídeo. Levantou-se, olhou para todos os lados, ajeitou a iluminação improvisada, arrumou a gola da camisa e murmurou para si, quase sem voz:
“Meu último vídeo será meu próprio fim.”
Ele não queria voltar para a constância de um trabalho CLT. Não era a questão do horário. Era a sensação de rotina vazia, de produtividade que, para ele, não fazia sentido.
Mas também havia dúvidas: e a segurança? E a aposentadoria? Quando teria tempo para si mesmo, para a família?
Por outro lado, ele acreditava que o que realmente combinava com sua essência era empreender, viver daquilo que ele pensou, construiu e acreditou.
Já faz cinco anos que batalhava para amadurecer o projeto, se é que podia chamar de “empresa” aquilo que, no fundo, era ele mesmo tentando segurar o mundo com duas mãos.
Mesmo assim, desejava alcançar segurança, futuro e saúde. Será que era possível?
Naquele momento, não conseguia apertar o play. Nem sequer mover um dedo. Ficou paralisado, perplexo, encarando a própria necessidade de escolher… e o peso que cada escolha carregava.
Ele sempre repetia para si mesmo que toda escolha tem uma perspectiva. Não porque uma seja melhor que a outra, mas porque tudo depende de como se lida com o que vem seja positivo ou negativo. A pergunta real era: “Como isso constrói o meu futuro?”
Sentou novamente no sofá, pegou um pedaço de papel amassado e uma caneta quase sem tinta. Ficou alguns minutos apenas encarando o vazio, até que uma ideia clara surgiu:
“Duas coisas que você precisa entender quando decide empreender.”
Só duas. Para quê cinco? Para quê dez? Ele queria ser sucinto, direto, humano.
Respirou fundo. Teve coragem. Apertou o play e falou com calma:
“A felicidade está dentro do que você acredita. E eu sei que muita gente acha clichê falar sobre essência, propósito e essas coisas. Mas empreender exige isso. Exige olhar para dentro.
A paz interior ou a felicidade, como falei no início, não está no empreendedorismo nem no CLT. Está em você. E, independente da sua escolha, entender como tudo funciona é essencial.
Hoje, quero te entregar duas coisas para usar a partir de agora.”
Ponto 1: Todo negócio precisa ser estudado.
Eu disse estudado, não apenas pensado.
Não é “Acho que vai dar certo se eu fizer assim”.
É “Quero fazer isso, então preciso entender o melhor caminho”.
Se for preciso mudar, você muda. Ajusta, adapta, insiste, testa de novo.
Negócio não é achismo. É estudo, intenção e ação.
Ponto 2: Disciplina, amigos. Disciplina.
E como faz para ter disciplina? Simples: se você entende o ponto 1, faz o ponto 2 com orgulho. Quando você sabe o que está fazendo e por quê, a disciplina deixa de ser castigo e vira direção.
Desligou a câmera. Olhou em volta, como se enxergasse a casa pela primeira vez em semanas. Juntou as roupas do chão e colocou para lavar.
Pegou o celular, ligou para a mãe. Pediu desculpas por não atender. Combinou o almoço de domingo.
Foi até o quarto do filho, deu um beijo na testa dele e deixou o silêncio do quarto abraçá-lo por alguns segundos.
Decidiu que, dali em diante, não buscaria ser perfeito. Entendeu que aquele colapso silencioso, aquele nó na garganta, aquele sentimento de fim… não era o fim.
Era o movimento. Era o começo de agir com consciência.
Porque agir, ele percebeu, não era só produzir.
Era viver.
Pensar com Arte é Pensar diferente,
Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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