A cada período de tempo, parece que tudo o que você faz é em vão. Não sei se tem aquela coisa das idades… Se a cada década nosso cérebro também muda, mas eu senti essa coisa empreendedora nascer em mim.
Eu escutava que, para ser um empreendedor de sucesso, tinha que acordar cedo e preencher todos os espaços com tarefas. Era quase uma receita: quanto menos você descansava, mais “produtivo” parecia ser. Entrei nesse ritmo acreditando que esse era o caminho. Mas, no fundo, o que encontrei foi um mundo cheio de baixa autoestima e cansaço. Uma vida que valorizava o tempo que você entregava ao trabalho, mas não o tempo que você deixava de viver.
E tem também a influência das mídias: estar ali, sempre mostrando serviço, sempre exibindo uma performance. O empreendedorismo virou espetáculo. Não basta fazer, tem que postar, provar, justificar. E isso pesa.
Se não fosse a pandemia, com certeza estaríamos em um ritmo ainda mais caótico. O mundo parou, e nós também. E, nesse silêncio forçado, veio a chance de observar. Observar tudo, observar todos. E, então, a pergunta: o que realmente vale a pena? O que é importante de verdade? O que nos faz especiais?
Foi nesse tempo que aprendi a valorizar coisas simples. O café da manhã sem pressa. O tempo de caminhar sem olhar o celular. O direito de não responder mensagens no mesmo minuto. Parece pouco, mas é muito. Digo que um ato de glória é poder coincidir trabalho e autocuidado.
Claro, não dá para conciliar tudo, todos os dias. Mas o que você puder, já é suficiente. O que importa é estar presente. Presente no trabalho, mas também no corpo, no coração, nas relações.
O tempo é rápido. Nossos parentes envelhecem, nossos filhos crescem, e a vida passa. Ser mãe ou pai é viver essa dor dupla: entregar o melhor, mas também sentir que o tempo se perde em momentos que não voltam mais. Quem já viu um filho atravessar fases sabe: a infância é um sopro, e quando percebemos, aquela rotina que parecia cansativa já deixou saudade.
No empreendedorismo, cada investimento é mais do que estratégia. É tempo. É dedicação. É reinvenção. É colocar pedaços de si em cada decisão. E junto com isso, é também aprender a não brigar com o relógio. Aprender a não se machucar com a ideia de “tempo perdido”. Porque nenhum tempo é perdido se trouxe aprendizado, se mostrou um caminho, mesmo que fosse para dizer: não é por aqui.
Todos temos momentos de virar a chave. Às vezes, vem depois de uma queda. Outras, depois de uma conversa inesperada. A vida pede dureza para que possamos sentir a leveza. E isso também acontece com o amor. É nos contrastes que enxergamos sentido.
O mercado, que já glorificou os workaholics, agora parece desprezá-los. Durante anos, fomos ensinados a medir valor pela quantidade de horas dedicadas. Hoje, ironicamente, o mesmo mercado fala sobre equilíbrio, saúde mental, mindfulness. Somos filhos dessa contradição. E o que nos resta é aprender a criar limites onde antes havia apenas destruição.
Colocar limite não é sinal de fraqueza. É sabedoria. É entender que, sem corpo, sem mente e sem presença, não há negócio que se sustente. A gente não empreende só para ter lucro: a gente empreende para viver melhor. E isso precisa ser lembrado, porque às vezes esquecemos no meio da correria.
Então, se me perguntam: pra quê tudo isso?
Eu respondo: para estar aqui, agora. Para sentir o que pode ser sentido. Para aprender com a vida, com as coisas, com os momentos. Para não deixar que a pressa apague o que importa.
Porque, no fim, não é sobre vencer todas as batalhas. É sobre não perder de vista o que faz a gente seguir em frente.
Pensar com Arte é Pensar diferente.
Aimée é uma planejadora urbana com mais de 15 anos de experiência em Marketing, consultora de pós-graduação em NeuroMarketing, Artista Visual internacional e CEO da Tkart, uma empresa internacional de marketing.
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