A acusação por homicídio de 2º grau, além de 7 acusações por porte criminoso de arma e uma por posse de identidade falsa se mantêm
Nesta 3ª feira (16.set.2025), o juiz Gregory Carro, do Estado de Nova York, rejeitou duas acusações relacionadas a terrorismo contra Luigi Mangione pelo assassinato de Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde norte-americana UnitedHealthcare, em dezembro de 2024.
O juiz decidiu que não foram apresentadas provas suficientes pelos promotores ao júri de que Mangione agiu com a intenção de intimidar trabalhadores do seguro de saúde ou influenciar a política governamental, requisitos para considerar o assassinato um ato de terrorismo.
A acusação por homicídio de 2º grau, além de 7 acusações por porte criminoso de arma e uma por posse de identidade falsa se mantêm. Todas tramitam em nível estadual. Caso seja condenado, Mangione pode pegar prisão perpétua.
A rejeição da alegação de terrorismo pelo juiz não tem relação com o caso federal contra Mangione, que se dá separadamente. O Departamento de Justiça dos EUA busca pena de morte para o acusado.
O porta-voz do promotor público de Manhattan, Alvin Bragg, disse em comunicado: “Respeitamos a decisão do tribunal e prosseguiremos com as 9 acusações restantes, incluindo homicídio de 2º grau”.
Segundo a agência Reuters, um pequeno grupo de apoiadores de Mangione se reuniu em frente ao tribunal na manhã desta 4ª feira (17.set). Um deles vestia uma fantasia verde do personagem Luigi, da Nintendo, e outro segurava uma bandeira italiana com os dizeres “Saúde é um direito humano”.
Na sala do tribunal, cerca de duas dúzias de pessoas, em sua maioria mulheres jovens, sentaram-se nos assentos do fundo para assistir ao processo. Uma delas vestia uma camiseta com as palavras “Libertem Luigi”.
Mangione, que tem 27 anos, segue sob custódia federal no Brooklyn, bairro de Nova York, desde sua prisão no ano passado. As datas dos julgamentos ainda não foram definidas.
RELEMBRE O CASO
Brian Thompson foi morto a tiros em 4 de dezembro perto de um hotel no centro de Manhattan. Mangione foi acusado de ser o atirador depois de ter sido reconhecido em Altoona, na Pensilvânia, a cerca de 450 km do local do crime.
Pessoas próximas a Mangione afirmam que ele sofria de dores crônicas nas costas que atrapalhavam a sua vida cotidiana. A UnitedHealth Group, porém, negou que ele fosse seu cliente. A empresa afirmou que não encontrou registros de Mangione ou de seus pais em seu banco de dados. Segundo um ex-colega do acusado, ele se ausentou do trabalho por 2 meses, de junho a julho de 2023, para tratar o problema.
Nas redes sociais, o suspeito publicou uma imagem de um raio-x com parafusos e placas em suas costas. Quando foi preso, a Polícia de Altoona encontrou um manifesto e concluíram que Mangione acreditava que a morte de Thompson era justiçável pela “corrupção” da indústria de saúde dos Estados Unidos, segundo o New York Times.