Comitê Olímpico Brasileiro se inspira no COI em programa de patrocínio

Diretora de Marketing do COB diz que a Caixa Econômica Federal é a 1ª empresa a entrar na iniciativa; entenda como funcionará

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) teve o COI (Comitê Olímpico Internacional) como inspiração ao criar o Programa Olímpico de Patrocínio. Trata-se de uma iniciativa da área de marketing, comandada pela diretora Manoela Penna, em que o comitê brasileiro irá compartilhar com as confederações esportivas as verbas de publicidade.

Em entrevista ao Poder360, Manoela Penna explicou como será o programa. A dirigente usou como exemplo um patrocínio que já existe, que é o da Caixa Econômica Federal com o COB: R$ 20 milhões por ano. Eis a divisão:

  • 50% (R$ 10 milhões) – serão divididos de forma igual entre as confederações de modalidades que estão há 2 anos no programa olímpico;
  • 25% (R$ 5 milhões) – serão divididos de forma igual entre as confederações que não têm um banco como patrocinador máster. Exemplo: a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) é patrocinada pelo Banco do Brasil, então não entra na divisão;
  • 25% (R$ 5 milhões) – o patrocinador (no caso, a Caixa) poderá escolher até 5 confederações para dividir esse valor. De acordo com Penna, nesse caso haverá uma contrapartida maior das entidades escolhidas: Vai ter que ter mais ativação, uso de atletas.

Penna informou que todas as confederações entraram no programa. A Caixa é a 1ª empresa a participar do novo modelo de patrocínio do COB. Os contratos são válidos até 2028, ano das Olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Em termos de publicidade, Los Angeles terá um fator inédito: naming rights. Pela 1ª vez na história, as arenas que vão receber as disputas pelas medalhas poderão ter nomes de empresas. Já há ao menos duas definidas:

  • Honda Center – receberá os jogos de vôlei;
  • Comcast Squash Center – será a casa do squash, modalidade que fará sua estreia olímpica em Los Angeles.

“Do ponto de vista de marketing, estou curiosa com as novidades que estão sendo propostas. A gente tem arenas com naming rights agora. Eram clean venues, não podia ter marca de nada. Não existe marca em Jogos Olímpicos. Foi para Los Angeles só, não sei se vi fazer daqui em diante”, afirmou Penna.

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LA 2028

Projeção do Honda Center, que receberá as partidas de vôlei em 2028

Eis outros temas citados por Manoela Penna e o que ela disse:

  • como 2025 se encaixa no ciclo olímpicoÉ um ano em que eles [atletas] se permitem puxar o freio de mão, experimentar novas soluções, subir de categoria, fazer cirurgia, eles se permitem pular uma competição ou outra. A partir do ano que vem, do ponto de vista técnico, todo mundo começa a entrar para valer porque começa a ter ranking que já vale;
  • expectativas para as Olimpíadas de 2028“Hoje, a gente ainda não tem uma clareza [...] Tivemos bons mundiais. O vôlei feminino fez um bom Mundial. O Marquinhos D’Almeida acabou de ganhar medalha de prata, a gente está 4 medalhas no boxe, o surfe, o Yago [Dora] foi campeão. A gente tem um caminho de talentos que a gente olha, tem o [Guilherme] Caribé, que não ganhou medalha na natação, mas foi 4º colocado. A ginástica rítmica com medalha inédita. A gente começa a olhar nossa peneira de possibilidades, mas é o que o nosso diretor de Esportes sempre fala, o Brasil não é um país que pode errar o alvo. Tem essas medalhas, mas são elas, não tem muito mais do que elas. Quando chega nos Jogos, precisa torcer, nenhuma lesão, as condições ótimas para que as medalhas se confirmem. Não tem uma reposição em larga escala como a China. O nosso desafio como Comitê Olímpico é trabalhar essa reposição”;
  • objetivo da atual gestão do COB“Transformar o Brasil, colaborar com a transformação do Brasil em uma nação esportiva. O que é uma nação esportiva: uma nação onde as pessoas consomem esportes de todos os jeitos. A gente precisa ter uma diversidade de modalidades. […] A gente quer, junto com as confederações e o poder público, realmente oferecer o esporte com mais abrangência e mais regularidade. Ampliar a oferta”;
  • novidade no YouTube“A gente tem o Canal Olímpico do Brasil, que a gente vai migrar para Time Brasil TV a partir de outubroDe acordo com Penna, a mudança será em 18 de outubro, data que marca os 1.000 dias para as Olimpíadas de Los Angeles;
  • Brasil como sede de futuras competições“2036 tem muitos candidatos, a Índia está com muita visibilidade, o críquete entrou nos Jogos agora, é um indício. É o último grande mercado a desbravar. Eles estão olhando muito para a Índia e países árabes. Isso é muito complexo, precisa de articulação. O que está acontecendo agora é que Rio e Niterói são candidatos ao Pan de 2031. A escolha vai ser em 10 de outubro”;
  • COB & Brasília“Temos desde janeiro tem uma pessoa em Brasília, que mantém um relacionamento com parlamentares e ministérios. A 1ª pauta bem-sucedida foi a Lei de Incentivo ao Esporte. Agora olhamos para a questão de taxação de equipamentos, importação de materiais esportivos, que teve uma isenção em 2016, mas foi encerrada e isso impacta no investimento é feito no esporte. Um atleta como Isaquias Queiroz precisa de um barco feito sob medida para ele. Deve ser uns 15 mil euros, pelo menos. Os equipamentos de ginástica artística, cada edição dos Jogos Olímpicos escolhe o fornecedor de equipamentos. Na hora que escolhe, a gente precisa equipar nossos ginásios para treinamento com equipamentos compatíveis. Equipar os atletas para que tenham uma melhor performance já é caro, com taxação, mais do que dobra”.

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Luiza Moraes/COB – 2.ago.2024

Copa do Mundo de tênis de mesa em 2025, Hugo Calderano é esperança de medalha em 2028


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