Tóquio registrou nesta 4ª feira (27.ago.2025) o 10º dia consecutivo com temperaturas de pelo menos 35°C, marca inédita desde o início dos registros meteorológicos em 1875, segundo a Agência Meteorológica do Japão.

O recorde vem depois de um verão excepcionalmente quente. Os meses de junho e julho de 2025 foram os mais quentes já documentados no país, reflexo de ondas de calor mais longas e intensas. As informações são da agência AFP, citada pelo Japan Today.

Ainda em agosto, a cidade de Isesaki, na província de Gunma, alcançou 41,8°C, a temperatura mais alta já medida no Japão. Para os próximos dias, a previsão indica uma breve trégua: máximas de 32°C na 5ª feira (28.ago) e 33°C na 6ª feira (29.ago). Mas os termômetros devem voltar a marcar 36 °C no sábado, prolongando a onda de calor.

O impacto sobre a saúde pública tem sido expressivo. Segundo a FDMA (Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres, na sigla em inglês), mais de 8.400 pessoas foram hospitalizadas por insolação em todo o Japão apenas na semana passada, e 12 morreram em consequência direta do calor extremo.

Os efeitos climáticos não se limitam às altas temperaturas. No norte do país, em Hokkaido, uma cidade registrou em apenas 12 horas o equivalente a toda a média de chuvas de agosto. Já em Hagi, província de Yamaguchi, cerca de 400 famílias foram instadas a evacuar por risco elevado de deslizamentos de terra.

As autoridades japonesas pedem que a população reforce os cuidados para enfrentar o calor, sobretudo idosos e pessoas vulneráveis.

Especialistas apontam que o aquecimento global tem alterado também o ciclo natural de símbolos do país. Cerejeiras florescem antes do esperado ou não completam o processo, já que inverno e outono mais quentes não oferecem a refrigeração necessária. O Monte Fuji, que costuma exibir o topo coberto de neve já em outubro, só apresentou essa paisagem em novembro do ano passado.