Deputado federal afirma que, por Alexandre de Moraes e o STF não terem “coragem” de investigar o governo Trump, estão indo atrás dele
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta 5ª feira (21.ago.2025) um vídeo em que diz que não merece ser acusado de tentativa de abolição do Estado democrático de Direito por acusar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) de “violações dos direitos humanos”. O congressista está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro.
“Meu país não é mais um lugar seguro para se estar. Até para se expressar. O que está acontecendo agora no Brasil é que a força-tarefa da Polícia Federal sob o controle de Alexandre de Moraes está me acusando, formalmente, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que significa que eu posso ser preso por mais de 12 anos”, afirma Eduardo em vídeo publicado no X (ex-Twitter).
O congressista afirmou que, “como eles não têm coragem” de colocar o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário do Tesouro Scott Bessent, estão indo “atrás” dele. “Mas eu já disse a eles que eu não vou parar. Vou continuar denunciando a violação deles de direitos humanos. E por quê? Porque eu quero aumentar a pressão contra essas violações dos direitos humanos”, declarou Eduardo.
Assista (1min49s):
🇧🇷🇺🇸 Supreme Court Justice Alexandre de Moraes is asking for decades of prison for me. He is treating President @realDonaldTrump, @SecRubio, and @SecScottBessent as a criminal organization.
Here is what is happening in Brazil and why I am denouncing his human rights violations. pic.twitter.com/qj0SeoztLx
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 21, 2025
ENTENDA
A PF informou na 4ª feira (20.ago) que indiciou Eduardo e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação no curso do processo na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual Bolsonaro é o principal réu. Leia a íntegra do relatório da PF (PDF – 9 MB).
O indiciamento se dá no inquérito que apura a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, onde ele teria articulado medidas de pressão e sanções contra autoridades brasileiras. O documento de 170 páginas mostra conversas entre Eduardo e Jair Bolsonaro.
A investigação foi aberta em maio por determinação de Moraes. O relatório final da PF conclui que os 2, com apoio do jornalista Paulo Figueiredo e do pastor Silas Malafaia, atuaram para interferir no processo em que o ex-presidente é acusado de tentar dar um golpe de Estado depois de perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a PF, as ações de Eduardo e dos demais investigados têm como alvo direto instituições democráticas, principalmente o STF e o Congresso Nacional, para submetê-las a interesses pessoais. O relatório detalha que o grupo buscou coagir integrantes do Poder Judiciário e, mais recentemente, da Câmara e do Senado, mirando influenciar decisões em benefício próprio.
Em um dos pontos do relatório, a PF sustenta que Bolsonaro compartilhou via WhatsApp vídeos sobre as sanções dos EUA contra o Brasil, além da “divulgação e promoção de eventos”. Como estava proibido de usar as redes, mesmo indiretamente, o ex-presidente pode ter violado as restrições impostas por Moraes. Os investigadores também acharam no aparelho usado pelo político uma minuta de pedido de asilo para a Argentina, indicando uma possível fuga do país.