O que é “rust out” e como ele se diferencia da Síndrome de Burnout?

Em tradução livre, o “rust out’ significa enferrujar, situação recorrente em empresas mundo afora

Você sente que a sua produção no trabalho não é mais a mesma comparada com a época em que começou na empresa? Ao contrário da Síndrome de Burnout, você pode estar com o que a psicologia chama de “rust out” (enferrujar, em tradução livre). Para entender melhor o conceito que atinge colaboradores de várias organizações no Brasil e no mundo, a reportagem do portal LeoDias entrevistou o médico psiquiatra especialista em saúde mental e trabalho, Dr. Luan Diego Marques.

“O “rust out” é um fenômeno psicológico que acontece quando o profissional se sente desmotivado, desengajado e sem desafios no trabalho. Ao contrário do burnout, causado por sobrecarga e excesso de demandas, o “rust out” surge da falta de estímulo e de propósito. A pessoa passa a trabalhar no “modo automático”, sem entusiasmo, com sensação de estagnação e perda de sentido no que faz”, diferenciou o especialista.

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Homem desmotivado no trabalhoReprodução blog.indeepdh.com.br

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Mulher desmotivada no trabalhoReprodução blog-prd.portalpos.com.br

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Esse “enferrujar” pode ser desencadeado por fatores como tarefas repetitivas e pouco desafiadoras, ausência de oportunidades de crescimento, falta de reconhecimento ou de clareza sobre o papel na empresa, e até por valores pessoais que não se alinham mais com a cultura organizacional. Com o tempo, essa falta de conexão e motivação pode afetar a saúde mental e o desempenho.

“O “rust out” não tem um tempo definido, não é um adoecimento, mas sim um fenômeno dos ambientes laborais no Brasil e no mundo, ele pode se instalar de forma gradual e durar meses ou até anos, caso não haja mudanças no contexto ou na forma como o profissional se relaciona com o trabalho. Quanto mais tempo persiste, maiores podem ser as consequências, como queda de produtividade, insatisfação crônica e até desenvolvimento de quadros depressivos”, explicou o profissional de saúde.

Neste caso, o primeiro passo é reconhecer os sinais e entender as causas, o processo global de atuação no trabalho requer motivação e engajamento, para que esse fenômeno não seja gatilho para um adoecimento emocional em si. A pessoa deve identificar o que exatamente está gerando a falta de motivação. A partir disso, é importante buscar ajustes: conversar com líderes sobre novos desafios, capacitações ou mudanças de função; investir em metas pessoais; e cuidar da saúde mental com apoio psicológico, se necessário. Pequenas mudanças na rotina de trabalho também podem ajudar a resgatar o sentido e o prazer em produzir.

“As empresas podem prevenir o “rust out” criando ambientes mais estimulantes, com oportunidades de desenvolvimento contínuo, reconhecimento de resultados e clareza sobre a importância de cada função. É fundamental manter um diálogo aberto com os colaboradores, oferecer projetos desafiadores e garantir que haja espaço para inovação e autonomia. A prevenção passa por cultivar propósito e engajamento, não apenas produtividade”, finalizou o médico psiquiatra.

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