Declaração conjunta diz que o sofrimento de civis “atingiu novos patamares”; Israel avançou no centro de Gaza pela 1ª vez
Uma declaração conjunta de 25 países, incluindo Reino Unido, França, Itália, Japão e Austrália, condenou nesta 2ª feira (21.jul.2025) os ataques de Israel na Faixa de Gaza e disse que a guerra deve “acabar agora”. Eis a íntegra do documento (PDF – 181 kB, em inglês).
Na nota, os países citam a morte de palestinos que buscam ajuda humanitária como um dos motivos para que Israel interrompa os ataques na região. Tel Aviv justifica a intervenção militar com o objetivo de “destruir” o grupo extremista Hamas, mas já reconheceu ter matado civis na região.
“O sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos patamares. […] A negação, pelo governo israelense, de assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável. Israel deve cumprir suas obrigações sob o Direito Internacional Humanitário”, afirmaram os países na declaração.
O documento critica o modelo adotado por Israel para ajuda humanitária. Afirma que é “perigoso”, aumenta a “instabilidade e priva os moradores de Gaza da dignidade humana”.
Autoridades israelenses permitem a entrada da GHF (Fundação Humanitária de Gaza), uma ONG apoiada pelos Estados Unidos e que substituiu a atuação da ONU (Organização das Nações Unidas) na região.
O sistema, no entanto, é criticado pelo controle exercido pelas FDI (Forças de Defesa de Israel). Uma declaração conjunta de mais de 170 ONGs criticou a GHF por substituir mais de 400 pontos de distribuição para somente 4 áreas e permitir que civis fossem mortos enquanto buscavam ajuda.
“Um cessar-fogo negociado oferece a melhor esperança de trazê-los de volta para casa e pôr fim à agonia de suas famílias. Apelamos ao governo israelense para que suspenda imediatamente as restrições ao fluxo de ajuda e permita urgentemente que a ONU e as ONGs humanitárias façam seu trabalho de salvar vidas com segurança e eficácia”, diz a declaração dos 25 países, que não inclui os EUA.
Israel costuma ignorar os apelos internacionais para um cessar-fogo em Gaza. Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, os EUA também não assumiram uma posição firme quanto ao seu principal aliado, o que permitiu ao governo israelense não atender aos outros países.
Nesta 2ª feira, as FDI avançaram pela 1ª vez no centro da Palestina, na cidade de Deir al-Balah. A ideia era atingir instalações do Hamas que guardam reféns israelenses.