Câmara aprova projeto que altera licenciamento ambiental após 21 anos

A proposta agora seguirá para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que poderá aprovar ou vetar trechos do texto

Na madrugada desta quinta-feira (17/7), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que altera as regras do licenciamento ambiental no Brasil após 21 anos de tramitação no Congresso. A decisão causou um grande impacto nas redes sociais, até mesmo porque a liberação aconteceu com 267 votos a favor e 116 contra.

A proposta agora seguirá para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que poderá aprovar ou vetar trechos do texto. Nos últimos anos, o projeto dividiu opiniões entre ambientalistas, que veem um risco maior de degradação, e os defensores, que afirmam que a medida reduz a burocracia e estimula o desenvolvimento.

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Câmara dos Deputados, no Congresso NacionalFoto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Marina Silva retorna ao Congresso e volta a ser alvo de ataques de parlamentaresReprodução/TV Câmara

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Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal: Legislativo e Judiciário são peças-chave segundo professorFotos: Roque de Sá/Agência Senado/Pedro França/Agência Senado/Montagem


Principais mudanças no licenciamento ambiental

O texto aprovado introduz uma série de modificações no sistema de licenciamento, incluindo:

  • Licença especial para obras consideradas estratégicas pelo governo federal, acelerando autorizações independentemente do impacto ambiental;

  • Dispensa de licenciamento para ampliação de estradas, atividades agropecuárias, sistemas de tratamento de água e esgoto (até a universalização do saneamento) e pequenas barragens de irrigação;

  • Renovação automática de licenças, mediante declaração online do empreendedor, desde que não haja mudanças no projeto;

  • Autodeclaração nacional para empreendimentos de médio porte, facilitando a aprovação após envio de documentos;

  • Transferência de competência para estados e municípios em licenças de mineração e desmatamento na Mata Atlântica, reduzindo a atuação do Ibama e do Conama;

  • Exclusão de terras tradicionais não regularizadas da análise, considerando apenas áreas indígenas homologadas e territórios quilombolas oficializados.

Debate acirrado durante a votação

O período de votação foi marcado por muitas tensões e discussões entre os parlamentares, necessitando até mesmo da intervenção da polícia. O relator, deputado Zé Vitor (PL-MG), negou que o projeto flexibilize normas ambientais: “Garantimos análise de risco nos estudos, algo que hoje não é obrigatório.”

Duda Salabert (PDT-MG), uma das deputadas que fazem parte da oposição, classificou a proposta como “uma tragédia que pode repetir crimes ambientais como os de Mariana e Brumadinho.” O Observatório do Clima, rede que reúne 133 organizações ambientais, emitiu nota chamando o texto de “o maior retrocesso desde a ditadura” e prometeu judicializar a questão.

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