Ministra das Relações Institucionais declara que a população se preocupa com emprego, salário e justiça tributária, e não com perdão a manifestantes
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que a anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023 não representa as reais preocupações dos brasileiros. A declaração foi dada à CNN Brasil neste domingo (29.jun.2025), no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou o ato na av. Paulista, em São Paulo, para pressionar pela medida.
“Anistia não é a pauta do povo. O povo está pensando em emprego, salário, justiça tributária. Nada disso estava no palanque e nos discursos golpistas”, afirmou.
Cálculo do Poder360 mostra que 16.400 manifestantes participaram da manifestação neste domingo (29.jun). Foi o menor público de Bolsonaro no local —aproximadamente 43.600 apoiadores a menos que a manifestação de 6 de abril de 2025.
O pastor Silas Malafaia organizou e financiou o evento, que teve como tema “Justiça já”. Segundo ele, o protesto foi uma reação ao julgamento de Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado.
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a pressionar e disse “lutar” por anistia pelo 8 de Janeiro. Segundo ele, a medida é um “remédio previsto na Constituição, de iniciativa própria do Parlamento brasileiro, independentemente de qualquer um dos outros 2 Poderes”.
“A lei do Poder Legislativo. Nós podemos mudar o destino do Brasil. Nós podemos trazer a pacificação”, disse.
Em abril, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), deu um ultimato ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para votar a urgência no projeto de lei que anistia os condenados pelo 8 de Janeiro. O mecanismo não foi colocado na pauta ainda.