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“Inaceitável”, diz esposa de homem que morreu durante ressonância


“Entrei lá com meu marido e saí com um papel”, diz esposa de homem que morreu durante ressonância. Laudo preliminar apontou morte suspeita

Arquivo pessoal

Sabrina Altenburg Penna, esposa do empresário que teve uma parada cardiorrespiratória e morreu durante uma ressonância magnética em uma clínica em Santos, no litoral de São Paulo, na terça-feira (22/10), relatou ao Metrópoles como foi o dia do ocorrido e revelou que está esperando o resultado da necropsia para descobrir a causa da morte.

Fabio Mocci Rodrigues Jardim tinha 42 anos. Segundo ela, o marido costumava fazer exames de rotina. A ressonância magnética realizada no dia 22 havia sido pedida por um médico porque o empresário “estava sentindo muito sono durante o dia”, contou Sabrina.

O exame estava marcado para 12h, mas Jardim só foi atendido por volta das 14h. Sabrina, que estava sem almoçar, relatou que saiu por 30 minutos para almoçar enquanto esperava a saída do marido.

Minutos depois de retornar para a sala de espera, Sabrina percebeu uma movimentação estranha na sala onde o exame estava acontecendo, com mulheres entrando e saindo correndo do local. Preocupada, a esposa de Fabio perguntou para as enfermeiras o que estava acontecendo. “Está tudo bem, ele passou mal, mas já estamos resolvendo”, recebeu como resposta.

Sabrina contou, então, que 40 minutos depois viu dois paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) entrando no corredor. Ao abrirem a porta, ela conseguiu ver, de relance, uma mulher em cima do marido, fazendo massagem cardíaca nele.

“Os médicos entraram, colocaram ele em uma maca mais baixa, rasgaram a blusa dele e começaram a agir”, lembrou. Ela relatou que a porta foi fechada e, minutos depois, a médica saiu e contou que Jardim tinha morrido após sofrer um infarto fulminante.

“Eu entrei lá com o meu marido, fui fazer um exame, e saí com um papel na mão”, lamentou Sabrina. Ela questiona o que teria acontecido nos 40 minutos até a chegada do Samu. “Eu não sei de nada, isso me deixa angustiada e nervosa, porque eu não sei se foram eles, se ele morreu na hora, se demorou”, especulou.

Sabrina foi encaminhada à delegacia. O corpo de Fabio, para o Serviço de Verificação de Óbito. No laudo, foi declarada morte suspeita. Nestes casos, é necessário exame necroscópico e toxicológico a ser realizado por perito médico legista.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização da necropsia. O resultado do exame deve sair em 90 dias.

“Era meu porto seguro”, diz esposa

“É assustador perder alguém assim”, disse Sabrina. “Eu perdi meu chão, perdi o amor da minha vida.” 

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“É inaceitável porque ele foi fazer um exame”, desabafou a esposa. “O Fabio era uma pessoa única, alegre, sempre festeiro, gostava de casa cheia. Ele era amor puro, muito coração. Ele tirava a roupa do corpo dele para ajudar qualquer pessoa”, lamentou Sabrina.

Relembre o caso

Um empresário teve uma parada cardiorrespiratória e morreu durante uma ressonância magnética em uma clínica em Santos, litoral de São Paulo, na última terça-feira (22/10). Fabio Mocci Rodrigues Jardim tinha 42 anos e foi velado na quinta-feira (24).

De acordo com o boletim de ocorrência, o empresário estava acompanhado da esposa, a comerciante Sabrina Altenburg Penna, quando realizou o exame na clínica Mult Imagem.

Na sala de espera, Sabrina foi informada que o marido passou mal e morreu durante a realização do exame. O Samu foi acionado e esteve no local.

A Prefeitura de Santos informou ao Metrópoles que o Samu foi acionado para a ocorrência por volta de 15h, porém, ao chegar ao local, o paciente já estava sendo atendido por um médico da clínica.

Segundo a Polícia Civil, após 60 minutos de manobras de reanimação, o óbito foi constatado.

Ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos, a médica Jussara Cardoso, responsável pelo atendimento de Fábio na Mult Imagem, informou que o paciente era obeso e hipertenso. De acordo com o relatório da médica, ao qual a reportagem teve acesso, após ser medicado com 15mg de midazolam, os movimentos respiratórios do empresário teriam dificultado a conclusão do exame. Por isso, foi indicada a suspensão do procedimento.

Por Isabela Thurmann – Metrópoles



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