Dólar fecha em alta, a R$ 6,17, apesar de leilão de US$ 3 bi do BC
Moeda americana registrou elevação de 0,38%. Intervenções do Banco Central no mercado de câmbio já somam 26,7 bilhões em duas semanas
Imagem de Barta IV por Pixabay |
O dólar à vista fechou em alta nesta quinta-feira (26/12). No fim do pregão, às 17 horas, ele registrou elevação de 0,38%, cotado a R$ 6,17. Na máxima do dia, alcançou R$ 6,19. Na segunda-feira (23/12), a moeda americana subiu 1,87%, a R$ 6,18.
Pela manhã, entre 9h15 e 9h20, o Banco Central (BC) realizou novo leilão de dólares, em mais uma tentativa de baixar a cotação da divisa. De acordo com o Departamento das Reservas Internacionais (DEPIN), do BC, foram aceitas nove propostas de compra da moeda americana, que no total alcançaram US$ 3 bilhões.
Com o novo montante despejado no mercado, as intervenções do BC no câmbio somaram US$ 26,7 bilhões desde 12 de dezembro – em um período de duas semanas, portanto.
O Banco Central tem realizado leilões de linha, em que há o compromisso de recompra do valor oferecido, e à vista (sem o acordo de recompra). As quantias são oferecidas diretamente a instituições financeiras específicas, num total de 16 bancos – no jargão, os “dealers de câmbio” (a lista completa de “dealers” pode ser consultada neste link).
Baixa liquidez
Na avaliação de especialistas, entre o Natal e o Ano-novo há uma queda natural do número de negócios – o mercado opera com baixa liquidez, como se diz no jargão. Com isso, as operações de compra e venda de dólares têm impacto maior na cotação da moeda americana. Ainda assim, o leilão não foi suficiente para conter a alta da moeda americana.
Questão fiscal
A grande pressão sobre a moeda americana, na avaliação dos técnicos, tem sido exercida pela questão fiscal (que trata da relação entre receitas e despesas da administração pública). O pacote de corte de gastos preparado pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional foi considerado “tímido” por grupos de economistas e investidores.
Além disso, há fatores externos que pesam na alta do dólar, como a perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos. Sempre que uma redução da taxa americana é ameaçada, o dólar sobe. Isso ocorre porque os juros altos tornam especialmente atrativos os investimentos em títulos da dívida dos EUA, os Treasuries.
As incertezas em torno do que ocorrerá com a economia global ao longo de uma nova gestão de Donald Trump, considerada especialmente protecionista, também comprometem o equilíbrio do dólar. Além disso, no fim de ano, a demanda da moeda americana aumenta, uma vez que empresas estrangeiras sediadas no Brasil alavancam suas remessas de dinheiro para as sedes.
Bolsa de Valores
Nesta quinta-feira (26/12), a Bolsa brasileira (B3) fechou em alta. O Ibovespa, principal índice da B3, registrou aumento de 0,25%, aos 121.074 pontos. O indicador foi puxado pelas ações de maior peso no índice, como as da Petrobras, que subiam 1,18%, e as da Vale, que aumentavam 0,40%.
Por Carlos Rydlewski – Metrópoles